sexta-feira, 3 de outubro de 2014

E as aulas começaram

9.30 da manhã e eu já estava a começar o segundo turno do dia sentada numa mesa de escola. (Pelo menos foi assim que me senti) Sim, que o primeiro turno começa às 6.45!
 
Tudo a postos para começar 6 meses de aulas. Tudo a postos, assim pensava eu. Que herdei, não sei de quem, pontualidade britânica. Primeiro que o resto da turma chegasse... Primeiro que o próprio formador despachasse dois e-mail's e fizesse o telefonema urgente que tinha para fazer... e eu já a hiperventilar!!!
 
Não fui feita para isto. Para atrasos. Já falei sobre isso muitas vezes aqui. Não gosto de chegar atrasada a lado nenhum e não gosto de esperar. Não gosto de desperdiçar tempo. Nem gosto de olhar para o tempo que passou e concluir que o desperdicei. A única vez que estive em algum sítio onde a pontualidade era mais que britânica, foi em Berlim. Dez dias num congresso farto. Às 8.00 da manhã estivesse uma pessoa ou estivessem 50 os trabalhos começavam. E a hora determinada para cada orador era cumprida ao milímetro. Caso contrário, ficava sem microfone e sem projector.
 
10.10 o primeiro introito. 10.25 o segundo introito. 11.15 intervalo. E assim passou a primeira parte da manhã.
 
Sou funcionária pública. O curso que comecei hoje é sobre Administração Pública. E se sou uma defensora do Estado, não fundamentalista, mas defensora, e se me debato com quem é um defensor acérrimo da gestão privada e se, desde sempre, defendo que o ideal seria vivermos num sistema com o melhor dos dois mundos, tenho a impressão que agora terei novos argumentos sobre este tema polémico... (muuuuahahahah)
 
Gostei do que ouvi. Da imparcialidade. Da imagética utilizada. Mas bem aplicada. Desmontando o que, por vezes, parece muito complicado aos mais distraídos. E houve uma que me ficou na cabeça:
- Vejam lá que há casos de funcionários públicos que casaram com funcionários do privado e tiveram filhos perfeitamente normais. Adorei!
 
Por isso, dedico este post aos meus amigos que vêem no Estado o culpado da situação que o país atravessa e, consequentemente, nós. Dedico aos meus amigos que ainda não aceitaram a ideia de que a maior dimensão de cidadania que podem assumir é exercer o seu direito de voto. Dedico a quem ainda não percebeu que os maiores accionistas do Estado somos nós e que cabe-nos o grande dever de zelar pelo nosso património.
 
E dedico aos meus colegas que gostariam de estar comigo e não estão.
 
Aguardem as cenas dos próximos episódios!
 

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