quinta-feira, 31 de julho de 2014

Ao serão com amigos

Gosto de ficar horas à conversa ao serão com amigos. Sobretudo quando o encontro não é programado. Quando surge espontaneamente. Inesperadamente. E, depois, a noite passa a correr. E divertimo-nos a valer.
 
Gosto de contar histórias (mas isso vocês já sabiam). E relembrar episódios que têm sempre piada. Por mais que falemos neles. Tivemos um destes serões inesperados esta semana em casa dos nossos amigos Z. e R. Do nada, já estavamos em casa deles. De amêndoa amarga na mão. Eles. E nós, as mulheres, de Bailey's. Devo dizer que já há uns anos que não bebia este licor. Que as bebidas da moda agora são outras.
 
Começámos na cozinha. Acabámos na varanda. E a conversa não nos largou por um minuto. Rimo-nos imenso. E ainda me vem à cabeça a minha amiga a dançar. A imitar um convidado de um casamento onde estiveram no fim de semana passado. :) :)
 
A conversa é assim. Quando animada, puxa por nós. E puxa. E puxa. E parece que não nos deixa sair de onde estamos. Queria contar um dos episódios mais engarçados que nos aconteceu, a mim e ao meu marido, mas havia sempre outra e outra coisa de que se falava. Conversas cruzadas. Gargalhadas. E não consegui. Mas conto agora. E ficam todos a saber.
 
Este episódio poderia intitular-se mais ou menos assim:
O DIA EM QUE A TAP ATRASOU O VOO POR NOSSA CAUSA :)
 
Passou-se na ilha do Pico. Íamos para a Terceira, mas fizemos escala no Pico. E eu, que nunca tinha lá ido, achei o máximo pararmos lá. Não estava a perceber o porquê da escala. Mas depois percebi...
 
A paragem foi curta. O aeroporto, mínimo, mínimo. A pista de aterragem é assustadora. Meia dúzia de metros de alcatrão a acabar numa ravina. Os aviões para levantarem voo têm de fazer marcha atrás. A aterragem é acompanhada de uma brusca travagem. Estão a ver, certo? E o meu marido teve uma dor de barriga daquelas. Enfiou-se na casa de banho.
 
Passado um bocado ouvimos no altifalante:
- Senhores passageiros, o avião para Lisboa parte dentro de momentos. Façam o favor de embarcar.
 
Oi? Avião para Lisboa? Mas só está um avião na pista e vai para a Terceira?!? Pensei eu e o meu marido que estava na casa de banho. Mas rapidamente esqueci o assunto. Afinal, aquele não era o nosso avião. O nosso não ía para Lisboa.
 
Esbaforido aparce-me um polícia (já não me lembro se GNR ou PSP) gorducho e de bigode:
- O que é que a senhora está aqui a fazer?
- Estou à espera do meu marido?
- Para onde é que vai?
- Para a Terceira.
- E o seu marido onde é que está?
- Na casa de banho?
- O quê? Mas o piloto está à vossa espera!!!
 
E entrou pela casa de banho dos homens:
-Ó senhor! Ó senhor que está na casa de banho! Despache-se que o piloto está à sua espera!!
 
Bom, escusado será dizer que eu ria-me com a cena. O meu marido, na casa de banho, não estava a perceber nada. O polícia, nervoso. O aeroporto, vazio. E um avião à nossa espera.
 
Quando, finalmente, estava tudo a postos para partirmos lá fui eu e o meu marido para o avião. E atravessámos o recinto com todos os olhos cravados em nós. As hospedeiras de terra até fizeram uma espécie de corredor para passarmos. Os outros funcionários do aeroporto. As pessoas que estavam dentro do avião a espreitarem pela janela. E o piloto a espreitar-nos da cabine.
 
Toda a gente sabia que o meu marido estava na casa de banho com uma dor de barriga. Juro que quando entrei no avião pereceu-me ouvir: c*gão... Mas talvez tenha sido impressão minha. Envolvida naquele enredo sem qualquer culpa.
 
O avião, afinal, ía para Lisboa. Vinha de Lisboa. E ía voltar. Parou no Pico para recolher novos passageiros. Parou na Terceira para deixar quem vinha de Lisboa. E ía regressar à capital. Uma espécie de comboio com paragem em todos os apeadeiros.
 
Foi uma cena para mais tarde recordar. Até sempre recordar. Até que a memória nos permita. O dia em que a TAP esperou pelo meu marido que se enfiou na casa de banho com uma dor de barriga. :)

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Acabou o sufoco!

É exactamente este o sentimento que tenho. Finalmente, acabou-se o sufoco. Este, que entretanto irão aparecer outros mais. Mas ando nisto há cerca de mês de meio e, finalmente, acabou. Falo que quê? Da mudança de escolas.
 
A minha filha terminou a 4.ª classe. Vai para o 5.º ano. E sim, há uma escola na nossa área de residência que tinha lá um lugar guardado e reservado para ela. E não. Eu não queria que ela fosse para lá. Diversos motivos. Imensos, mesmo. Coisas de mãe. Ou não. Mas começou no dia da matrícula o sufoco sobre este assunto.
 
Para as escolas públicas fazem-se quatro candidaturas. Por ordem de preferência. Assim fiz. Com a escola da nossa zona em último lugar. Pedi uma transferência para uma das melhores escolas públicas do nosso concelho com base na proximidiade ao meu local de trabalho. Mas ainda antes disso fiz uma candidatura a uma bolsa numa escola privada. Uma bolsa que é concedida a crianças que correspondam a uma série de características. Que eu achava que ela tinha.
 
Não tinha. A bolsa não lhe foi atribuída. O primeiro balde de água fria com que levei neste processo de mudança. Um processo que mexe imenso connosco. Depois de quatro anos com tudo controlado, vem todo um mundo novo. Nova escola. Novos professores. Novas matérias. Novas rotinas. E ela, a minha menina. Tão pequenina. Assim, deitada a este mundo de cão.
 
Aperta cá dentro.
 
Depois, foi esperar para ver se era aceite na tal primeira opção que fiz. Liguei, fui à escola. Voltei a ligar e a ligar. E se ela não entra? Deixa-me lá ir ver a 2.ª opção. E todos os dias a mesma resposta: pode sair a qualquer altura até ao fim do mês. Saiu no fim do mês. Mesmo no limite. E ela entrou.
 
Paralelamente, ele. Que está no pré-escolar. A caminho dos 5 anos. Que andou com um pé dentro e outro fora da escola pública. E que ficou na lista de suplentes. Em 3.º lugar.
 
Ufa, que isto não é fácil. E o que está pendente? E a reorganização a que isto obriga?
 
Ainda temos de esperar por Setembro para que saiam as turmas. Os horários. E perceber onde encaixaremos a natação. Que também será num novo local. Um ano de mudanças, portanto. Fecha-se um ciclo. Na vida dela. E começa um novo. Na vida de todos.
 
Fiquei feliz. E ela também. Que quando visitou a nova escola disse: Ó mãe! Isto é uma escola mesmo a sério!
 
Sim, filha. Nesta vida tudo é sério.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Carta a Judite de Sousa

Não me conhece de lado nenhum. Nem faz ideia que o meu blog existe. E muito menos terá disposição para interessar-se por esta carta. Mas a tragédia que lhe roubou o sorriso, tão partilhada por milhares de portugueses, continua muito presente na minha cabeça. E hoje, um mês depois desse dia fatídico, decidi escrever-lhe.
 
O seu filho partiu no dia do meu aniversário. Estava eu no Alentejo com o meu marido, os meus filhos e um grupo de amigos quando soube da notícia pelo telemóvel. E não mais consegui deixar de pensar nisso.
 
Olhei para os meus filhos. Vezes sem conta. Mais do que habitualmente.
E só me ocorria que nada nesta vida poderá, um dia, aliviar uma perda assim. Não sei o que é perder um filho. Não imagino, sequer, o quão avassalador isso será. Mas conheço outras mães que perderam os seus filhos. Amigos meus.

Muitas vezes, enquanto mães, questionamo-nos sobre as decisões que tomamos sobre a vida dos nossos fillhos. Questionamo-nos sobre a nossa capacidade de educar. Amar um filho, pode cegar. E turvar-nos os olhos perante os seus comportamentos menos adequados. Peranto um fraco aproveitamento escolar. Perante um falhanço na vida. Nos meus filhos bato eu, lá diz o ditado. E é assim mesmo que vivemos em torno deles. Não admitimos a ninguém, ninguém, que lhes aponte o dedo.

Mas não somos nós as culpadas desse amor que nos cega. Somos natureza e alma e força e sangue e fonte de vida. Somos o pilar, o alicerce, as fundações da sua formação. Somos o porto de abrigo. O porto de partida. O porto de retorno.

Sabemos que quando começam a bater as asas será uma questão de tempo até partirem de vez. Já Saramago deixou escrito que os filhos não são nossos. Mas nós, mães, não sentimos isso. Sentimo-los dentro de nós para sempre. As suas dores, as suas alegrias, as suas conquistas. E muito menos conseguiremos aceitar a ideia de que poderão, um dia, partir antes de nós.

Cara Judite, é hoje o rosto de milhares de mães que perderam os seus filhos. Como figura pública. Mas é, também, o rosto de uma mulher de sucesso. De uma mulher que provou ser possível ser mãe e profissional ao mesmo tempo. De uma mulher com toda a garra que soube marcar bem a linha que separa a vida privada da vida pública. Que soube preservar e proteger o seu filho dessa exposição. Uma mulher que lutou. Por uma vida melhor. Que lutou. Para garantir recursos ao seu filho. Que teve as mesmas dores que ele, quando a febre o consumia. Que sentiu o coração chorar, quando ele caiu, em pequenino, e arrancou num choro desenfreado. Que chorou de alegria quando o viu nas mais pequenas grandes conquistas.

A Judite é tudo o que as outras mães são. Um ser humano imenso. De uma experiência de vida imensa. De um coração imenso. De uma sabedoria imensa. De um amor sem fim. A quem, agora, a vida ceifou o que tinha de melhor. O que fazia de si uma pessoa melhor. Mas estamos todos à sua espera. Torcendo para que renasça. Para que consiga ter forças para recomeçar. Para vê-la de novo a entrar pelas nossas casas. Como o exemplo de mulher que nos habituou a admirarmos.

Mostre-nos de que raça é feita, esse ser tão complicado que é a mulher. Mostre-nos, com o seu exemplo, que a ferida que tem no coração, pela lança que lhe espetaram, deve ser tratada. Para que não infecte. Para que o resto do amor que ele ainda contém não jorre por esse buraco.

Nós estamos à sua espera.
Com um abraço e um beijinho de mãe no coração.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Não imaginas o quanto te amo!

 
 
Começo a ficar desconfiada.
Andas arredia de nós. Nada te satisfaz. Raramente te ris a bom rir.
Tudo o que te sugerimos é uma seca. Andas cansada de estar de férias. À nossa espera.
 
Aborreces-te com a televisão. Com os livros que adoras.
Já brincas pouco com as bonecas. Preferes fazer do teu irmão um boneco.
Pesquisas vídeos de música. Cantas desalmadamente. Mas fechas a porta do teu quarto para te desinibires. E eu respeito-te. Um bocadinho triste. Confesso.
 
Procuro coisas novas para ti. Entusiasmas-te. Mas depois passa.
Tens momentos de pura apatia. E enervas-me. Tenho vontade de te abanar.
Não acabas o que começas. Perdes o interesse. E fazeres o que te peço de uma só vez, é uma sorte! Esqueces-te a meio. E eu volto a pedir-te. E a pedir-te. E tu mastigas.
E eu não gosto.
 
Estou a perder o doce de menina que não me largava as saias. Estou a ganhar uma pequena mulherzinha que em tudo procura um desafio. Que em tudo o que faz, quer dar tudo o que tem. Desde que valha a pena. Para ela.
 
E enervas-me. Nem imaginas como me enervas.
Não sei o que tens. Não te consigo chegar como gostaria.
Começo a ficar desconfiada.
E não estou a gostar nada disto. 
 
Não imaginas o quanto te amo!
Nem queres saber.
Mas um dia, quando voltares para mim, terás aqui um testemunho do que senti.
Quando começaste a crescer.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Da horta para a mesa

Os meus sogros são ambos de pequenas aldeias da Guarda. Já vivem em Lisboa há muitos e muitos anos, mas até casarem as suas vidas foram passadas por lá. Nos campos a trabalhar. A tratar dos animais. Dos irmãos mais novos. A contribuirem para o sustento das famílias. Numerosas.
 
Assentaram arraiais por cá. Compraram um terreno para construirem a sua casa e durante muitos anos foi esse o projecto de vida que os uniu. Tiveram filhos e assim que puderam adquiriram um outro terreno que transformaram em horta.
 
Saíram das suas terras. Deixaram a família para trás. Os dois partiram em busca de uma vida melhor. Trabalharam imenso nos campos. Mas o gosto pela terra, por enterrarem as mãos na terra, esse, veio com eles.
 
De vez em quando passo por lá. E é lá que o meu sogro passa grande parte deste tempo que lhe sobra por causa do tempo da reforma. Os meus filhos adoram!! Podem mexer na terra, apanhar legumes, entrançar as cebolas e aprender a reconhecer o que está plantado pelas folhas.
 
Trouxe dois sacos cheios de coisas. Conseguem adivinhar o que é? Há uns que são básicos, claro, mas deixo-vos este desafio. Vou numerar as fotos e vocês tentam acertar no que é. Boa?
 
N.º 1
Bom, esta é fácil... :)

N.º 2

N.º 3
Fácil, fácil!!
 

N.º 4
Bom... isto não custa nada...

N.º 5

N.º 6

N.º 7
Não se centrem só nela. Quero saber o que está por detrás!!
 
N.º 8
 
N.º 9

Este não é para adivinhar...

O resultado final..
 
Fico contente por os meus filhos terem esta oportunidade.
De aprenderem que os legumes não nascem nas prateleiras dos supermecados.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Uma boa desculpa - parte II

Isto de andar a pesquisar casas de banho em busca de inspiração, é uma tarefa que nunca mais acaba. Nesta auto-estrada que é o mundo virtual, são muitos os mundos com que nos deparamos. Mundos de encantar. E o mundo da decoração é, sem dúvida, um deles. Hoje, mais umas fotos sobre este tema. De que vos falei aqui.
 









Inspiração para todos os gostos.
Concordam?
 

quarta-feira, 23 de julho de 2014

No parque de campismo ouvimos a banda Pack7

Das minhas memórias de infância fazem parte os belos verões de campismo. A minha tia Vicência foi sempre uma apaixonada pela vida ao ar livre e sempre que podia lá estava ela de tenda montada. E nós, estávamos quase sempre onde ela estava. Durante muito anos fez campismo no CCCA, ou seja, no Parque de Campismo da Costa da Caparica. E durante muitos anos também eu fui para lá. Com ela, com o meu tio e as minhas primas. Com o meu pai. Com o resto da família.

Não sei bem porquê houve um interregno nesta estadia. E aí foi o meu pai que pegou na tenda, nos tachos, no saco cama e afins e levou-nos por esse Portugal fora. E a nós também. :) Houve um Verão que abancámos nas margens do Guadiana, em Mourão, antes da barragem do Alqueva. Aquilo é que foi! Das 7 da manhã às 9 da noite, tudo dentro de água!! E assim andámos por todo o lado.

Mais tarde a melhor notícia para mim (e para os adultos) foi saber que a minha tia tinha adquirido um novo espaço com roulote e avançado no tal CCCA. Significava que estávamos de volta ao parque e à praia da saúde e às comezainas ao ar livre e aos duches de água fria e ao lavar da loiça nos espaços comuns (enquanto também se lavam os pés) e ao cafézinho que durava pela noite dentro e aos jogos de cartas e aos bailaricos e às cantigas alentejanas ao luar e à partilha entre vizinhos e ao adeus que eu já venho que é como quem diz passar o dia a correr e a jogar às escondidas e a jogar à bola ou a mergulhar sem parar. E o retorno aos braços da minha tia. A minha querida tia...

Falei-vos dela aqui. Sabem que partiu. Há 4 anos. E há 4 anos que eu não ía ao parque de campismo. Lembro-me da última vez que lá estive com ela. Lembro-me que ainda não tinha o meu filho mais novo. E lembro-me de pensar que dificilmente lá voltaria. Mas voltei! Na passada 6.ª feira.

A minha prima que teve o bebé há pouco tempo, esta, adquiriu no final do ano passado um alvéolo com caravana, tenda e avançado perto da tenda da minha tia. Renovou o espaço e só estava à espera que o menino crescesse mais um bocadinho para começar a usufruir de tudo aquilo. E foi assim que, sem grandes combinações, saí do trabalho, fui buscar os miúdos e fomos lá jantar.

Surpresa! Aliás, várias surpresas!
O parque está todo arranjado. Da última vez o chão ainda era todo em terra batida. Agora não. Há chão decente para circularmos. O parque infantil também está como novo. O meu tio (marido da minha tia que partiu) estava na sua tenda. E foi muito bom revê-lo. A minha prima S. e uma amiga de todos nós a P. (de quem vos falei aqui) estavam por lá. Mais os seus respectivos e mais os seus filhos. Levei a minha irmã e o meu sobrinho. Estão a imaginar o maranhal de gente, certo? Os abraços e os beijinhos. O reviver recordações. O matar de saudades. Os meus filhos? Quase que nem os vi! Ora foram para o parque, ora foram jogar à bola. Ora foram à casa de banho. Sim, que o nosso menino achou imensa piada à casa de banho. Sobretudo porque tinha de sair da tenda. E, isso, era uma grande desculpa para andar no lareu.
Jantámos todos juntos. Pusemos a conversa em dia e as gargalhadas. O bebé da minha prima portou-se lindamente. Nem demos por ele. Se bem que foi o centro das atenções, claro! Mas não se ouviu. Fomos todos tomar um café na esplanada e continuar as conversas sobre tudo e sobre nada.
A noite estava quente. Muito agradável. E a festa estava quase a começar.
No parque do CCCA é costume haver concertos e bailaricos. Os utentes até organizam marchas populares. Finais de anos e festas disto e daquilo. As pessoas vivem aquele tempo sem preocupações. Essas ficam à porta do parque. E eu senti isso na pele.
A música começou. Era a banda Pack7. Uma agradável surpresa. Espreitem aqui. Música portuguesa. Nada de música pimba. Uma excelente selecção que levantou a todos o pé do chão. Um vocalista e uma vocalista. E eu contei-os. São 7. São um pack de 7! :)
Os miúdos estavam loucos. Não havia sono para ninguém. Comeram pipocas, algodão doce e churros com chocolate. Entre todos, claro, que eram meia dúzia deles. :) E ao observar-lhes os olhos lembrei-me de mim com aquela idade. Também os meus brilhavam e vivia feliz com um saco de pipocas nas mãos. E os meus pais e os meus tios estavam no lugar que ocupo agora. Um lugar em que tudo e nada importa para fazer as crianças felizes. Em que tudo e nada tem valor nesta coisa que são as emoções que nos consomem. Em que sentimos a presença dos que já partiram, mas que continuam vivos no nosso coração. Pois foi isso que nos ensinaram.
Descanse em paz, querida tia. Estamos a portar-nos bem. E continuamos a praticar o legado que nos deixou. Um legado de amor e respeito mútuo. Um legado imenso que quero, também, deixar aos meus filhos.

terça-feira, 22 de julho de 2014

O essencial é invisível aos olhos

De vez em quando gosto de reler livros que me marcaram. Tenho a ideia de que os interpretamos de forma diferente de acordo com a idade com que os lemos e, consequentemente, a experíência de vida que acumulamos. Lembro-me sempre do Sidarta, de Hermann Hesse (por acaso já não o leio há algum tempo), do Admirável mundo novo, de Aldous Huxley e até d'Uma família inglesa, de Júlio Dinis. Não há relação entre eles, apenas são livros que me marcaram. E sempre que os releio dou-lhes um novo sentido. Ou eles a mim.
 
O Principezinho, de Saint-Exupéry, também é um clássico. Gosto de relê-lo. E a sua tão poderosa mensagem, incrivelmente, afecta-me sempre da mesma forma. O essencial é invisível aos olhos. Quem não concorda com este menino que vive de forma simples e descomplicada no planeta B qualquer coisa?

 
Decidi comprar um novo e oferecê-lo à minha filha. Começou a lê-lo ontem. E mal posso esperar para saber o que vai dizer, depois de acabar de lê-lo. Pois também ela está na idade de querer voar, ultrapassar os seus limites e descobrir algo único em cada pessoa com quem se cruza. Como o pequeno príncipe que tinha como missão tratar de uma flor com três picos e varrer os vulcões inactivos e, por isso, era e continua a ser... único!
 
Para quem nunca leu, deixo-vos a dedicatória do autor ao seu melhor amigo.
 
Os meninos que me perdoem por dedicar este livro a uma pessoa grande.
Mas tenho uma desculpa de peso: essa pessoa grande é o melhor
amigo que eu tenho no mundo inteiro. E tenho outra desculpa:
essa pessoa grande é capaz de perceber tudo, mesmo os livros para crianças.
E tenho outra desculpa, a terceira:
essa pessoa grande mora em França e em França passa fome e passa frio.
Bem precisa de ser consolada.
Mas se todas estas desculpas não chegarem, então,
gostava de dedicar este livro à criança que essa pessoa grande já foi.
Porque todas as pessoas grandes já foram crianças.
(Há é poucas que se lembram disso)
Por isso a minha dedicatório vai ser assim:
 
Para Léon Werth quando ele era pequeno
 
Digam lá que não aguça a curiosidade?
Recomendo. Vivamente. Que o leiam com os vossos filhos.
 
E já agora, dedico este post a uma amiga apaixonada por este personagem da literatura. Uma boa amiga. Portanto, uma princesinha! :) (ela não vai gostar nada disto)

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Uma boa desculpa

Comprámos a nossa casa, a segunda, há 7 anos e no dia em que nos decidimos por ela decidimos, também, que iríamos remodelar a casa de banho. Pois, passaram-se 7 anos e nada. Há sempre qualquer coisa. Na verdade já demos cara nova à cozinha. Era mais urgente por causa do fogão, que não era incorporado, por causa do esquentador, velhinho, velhinho e por causa da bancada de mármore, que era branca e estava rachada.
 
A casa não era nova e, quanto a nós, teríamos de dar ali uns retoques. Mas a casa de banho foi ficando... foi ficando... até que... Se partiu o bidé! (yes)
 
Só é pena o meu marido ter-se magoado com este acidente. Mas agora temos uma boa desculpa para não adiar muito mais este makeover. Já estão mesmo a ver a cena, certo? Pensar no que fazer, já que se vai mexer. Tentar não fugir muito de um orçamento ajustado à nossa medida e torná-la o mais funcional possível. Entusiasma qualquer um!!
 
Tenho andado a pesquisar. Há ideias para todo o gosto e pormenores que nos encantam. Partilho convosco algumas ideias giras.
 

















 


 
Dá vontade de ter uma daquelas mansões de multimilionário para ter uma casa de banho de cada estilo. Mas pronto, lá terei de me contentar com a minha...
 
Não são giras? E os pormenores? Acho que vou ter muito com que me entreter... :)

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Lugares onde fomos felizes - Porto Covo

Este registo serve, apenas, para não me esquecer de lá voltar. Parámos para esticar as pernas, no périplo que fizemos do Algarve a Lisboa pela Costa Vicentina. E está lindo, Porto Covo.
 
Já lá tinha estado em miúda. Mas se, desta vez, não deu para muito, ficou a promessa de voltarmos. E mergulharmos. E passearmos. E criarmos memórias de mais um lugar paradisíaco do nosso país.
 
Para companhar as imagens, Rui Veloso, claro está!
 
Acharam piada à porta e quiseram ser fotografados aqui! :)

A minha princesa está uma mulherzinha.

A cada esquina... um carrinho. E ele entra em todos...

 
Roendo uma laranja na falésia
Olhando um mundo azul à minha frente
Ouvindo um rouxinol nas redondezas
No calmo improviso do poente...

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Baile de finalistas - as fotos

Conforme estava prometido aqui, finalmente faço o registo do baile de finalistas da minha pequena princesa. É claro que estamos a falar de um baile de finalistas do 1.º ciclo, mas o nosso empenho foi o mesmo de sempre. A 200%! Para que ela se sentisse muito bem. Para que nos sentisse presentes. Para que se lembre, para sempre, do dia em que acabou o primeiro ciclo do seu percurso académico.
 
Já vos tinha falado da coroa de flores que fiz. E, agora, trago-vos o vestido. Que agradecemos publicamente à prima Mónica e à prima S. Foi herdado. E com pequenos pormenores fizemos deste um vestido adequado à ocasião. Isto para dizer que não é preciso grandes investimentos. Um vestido singelo, com uns toques adequados que, neste caso, se traduzem na fita de cetim na cintura e na coroa de flores branca e roxa com a mesma fita de cetim a rematá-la.
 
As flores comprei-as no mercado. Rosas pequenas tingidas. E lemonade (as florinhas brancas). No mercado também comprei, à florista, arame que moldei com a medida da cabeça dela e onde prendi as flores. A fita de cetim comprei numa retrosaria. Depois de lhe medir a cintura, claro.
 
O baile foi antecedido de um jantar. Pais, alunos, professores, funcionários da escola e, quem tinha, irmãos. Todos contribuímos com alguma coisa. Nós levámos uma quiche de legumes que fiz em casa. Morangos já lavados e arranjados e limonada. Feita pela minha irmã na sua fabulosa bimby! :)
 
Depois de comermos, os pais levaram as meninas e as mães levaram os meninos para abrirem o baile com uma valsa. Desse momento não tenho fotos, porque filmei. Mas garanto-vos que o pé de chumbo do meu marido não se saiu nada mal! :) E, depois, os meus preciosismos também ajudaram... Fiz questão de fazer um pequeno arranjo de flores igual à coroa para o pai pôr na lapela do casaco e o mais pequeno no bolso da camisa. Além da cor predominante ser mais ou menos a mesma. Entre o roxo claro e o azul a atirar para o roxo.
 
Ela adorou! E foi muito elogiada pelas amigas e pela professora que, em surdina, me deu os parabéns pela idumentária e pelos pormenores. Também me disse que temos ali uma pequena grande mulher. Que o seu exemplar desempenho ao longo de 4 anos foi excepcional e que gostava que todos os seus alunos fossem assim. (e a baba a cair-me...)
 
E eu... não apareci nas fotografias. Fiz de fotógrafa. Mas este contentamento imenso que sinto por ter cumprido o meu dever, deixá-la feliz, nunca irei perdê-lo. Está pirogravado na minha memória. Cravado no meu coração.


 




 


Passámos a noite a correr atrás dele. Estava feliz! Não pelo baile, é certo, que disso não percebe nada. Mas porque estava na escola dos grandes e pôde correr no pátio que, por norma, lhe é interdito.
A nossa menina dançou e dançou e dançou.
E nós, embevecidos, filmámos e fotografámos. Para mais tarde ela recordar...