quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Código morse

Quem tem filhos pequenos, como eu, corre o sério risco de, de repente, dar-se conta de que os miúdos crescem... pois, não é assim tão básico... aos nossos olhos eles serão sempre os nossos bebés, inocentes até ao tutano.
 
Mas, meus queridos, se ainda não aconteceu convosco o que passo a partilhar, preparem-se!
Vai acontecer!
 
Ora bem, então não é que uma pessoa já não pode falar em código à frente deles (neste caso, dela)?? Imaginem aquele tipo de conversa que não queremos que eles percebam. Mesmo que não seja nada de especial. Falar de alguém ou de alguma coisa que aconteceu. Ou, até, de algo que lhes comprámos, mas que a excitação da partilha com o outro não nos deixa esperar para estarmos sozinhos.
 
Lá em casa acontece muitas vezes à hora de jantar. Apesar de eu e o meu marido falarmos muitas vezes ao telefone durante o dia, à noite há sempre coisas para dizer. Foi o caso de ontem!!
 
O mais pequeno anda com a mesma conversa há uns dias. Diz que, quando for grande, quer ser bombeiro. Disse-me também, durante o banho, que queria ser bombeiro para apagar o fogo e  para ter uma namorada bombeira.
 
Ao jantar reproduzi a conversa ao pai. E o pai começou com brincadeiras de mangueiras na mão, de bombeiras de ateiam o fogo dos bombeiros, de bombeiros que ficam em chama com as bombeiras. O que nos surpreendeu foi o que ela disse:
 
- Mãe... (a medo), sabes que eu percebi o que o pai disse...
- (Oi!!?!) Estás a falar de quê?
- Do pai dizer que as bombeiras incendeiam os bombeiros... (a medo, a custo, engasgada)
- Então e o que é que percebeste?
- Percebi que as bombeiras fazem com que os bombeiros fiquem apaixonados por elas... (toma, incha!!)
 
Pois, a coisa está neste pé!
 
Em tempos idos cheguei a dizer algumas palavras em inglês no meio de conversas em que não podíamos dizer tudo. Depois, a miúda começou a perceber inglês.
Passámos às metáforas e ela, esperta como sua mãe, cheira-me que já andava a perceber algumas coisas antes de ter decidido revelar-se.
 
Penso que continuaremos a ter necessidade de falar sem dizer tudo (eu e o meu marido).
Das duas uma:
- ou falamos apenas quando estivermos sozinhos
- ou arranjamos um novo código
 
Talvez funcione melhor a segunda...
Acho que vamos aprender código morse.

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