segunda-feira, 23 de junho de 2014

Já nasceu!

Lembram-se de ter-vos falado aqui sobre o bebé que aí vinha? Pois bem. Já nasceu! E faz hoje uma semana de vida. Assustou-nos, o magano. Assustou-nos durante o tempo de gestação. A minha prima esteve internada durante um mês. Primeiro, com contacções. Depois, tudo e mais alguma coisa. E eu, que julgava saber tudo sobre este assunto, descobri que não sabia nada...
 
Nunca estive internada nas minhas gravidezes. Nunca passei pelo que ela passou. Já tinha ouvido aqui e ali. Mas nada parecido com o que aprendi agora.
 
Injecções para maturação dos pulmões? Pois, nunca tinha ouvido falar. Uma espécie de preparação do bebé, caso nascesse antes do tempo. Líquido amniótico a mais? Líquido amniótico a menos? Análises a vírus estranhos cujo nome assustam qualquer um. E ela que, ainda por cima, deitada que estava, apenas com autorização para mexer os olhinhos, ainda perdeu 5 kg de peso.
 
Fui visitá-la ao hospital. E numa dessas visitas armei-me de máquina fotográfica, maquilhagem, camisa de seda rosa bebé, fitas de cetim de várias cores e óleo para o cabelo. E não lhe disse nada. Surpreendendo-a numa sessão fotográfica de pré-mamã. Ali, na cama do hospital. E ela adorou. E eu também.
 
Já nasceu!
Nasceu no dia 16. Quando menos esperávamos. Não dava sinais disso. Julgámos que, depois de tanta injecção para travar o parto, agora seria altura de esperar pelos últimos dias. Mas ele é que decidiu. O rapaz. Que até ao fim não tinha nome. Que, até ao fim, deixou bem claro que era ele a comandar as tropas. Quando haveria de chegar a este admirável mundo novo! E que os sustos que pregou à mãe, ao pai, às irmãs e a todos os que o aguardavam, são apenas meros flashes daquilo que reservou para todos. É rabino! Muito rabino!
 
3.200 kg de gente. 47 cm de comprimento. Louro. Nem se lhe vêem as sobrancelhas. Abre os olhos de quando em vez. Grandes. Perfeitinho. Limpinho. Mamão! E de nome David Alexandre.
 
Peguei-lhe ao colo como se pegasse num bebé pela primeira vez. Encostei-o no meu peito para que me conheça o cheiro. E a voz. E o toque. E, sem querer, dei por mim a pensar em como já me tinha esquecido daquela sensação. A de ter um recém-nascido em cima de nós. É incrível como essas memórias se escondem nos recantos da nossa história de vida. É incrível como ao acompanharmos diariamento os nossos filhos vamos vivendo cada nova fase como a mais supreendente até ao momento. É incrível como o nosso instinto de mãe está sempre lá.
 
Estou tão feliz! Há muito tempo que não tínhamos um bebé na família. Há 4 anos. A idade do meu filho. Fui a última a contribuir para a taxa de natalidade. A última da nossa família, claro! E agora, a renovação da esperança. A renovação da vida. O reacender de sentimentos adormecidos. O alicerçar de sentimentos com que vivemos diariamente e dos quais nem sempre nos lembramos. Ou valorizamos. Isto porque a mãe é minha prima. Mas se fossemos irmãs, talvez não nos dessemos tão bem. Não há dia que não falemos uma com a outra. Sou madrinha de uma das suas filhas. E ela é madrinha de um dos meus filhos. E na passada segunda-feira, dia 16, dei por mim a dizer a alguém:
- Acabei de ser tia!
 
Não! Não fui tia. Mas é assim que me sinto. E tu, meu querido David, se um dia leres este texto saberás que foste e és desejado por todos nós. Se um dia leres este texto, perceberás porque te enchemos de beijos como se nos alimentássemos de ti. No fundo, é isso. Alimentamo-nos de ti e de todas as crianças que nos rodeiam. Vocês são o nosso motor. A nossa fonte de vida.
 
 

4 comentários:

  1. Pois eu tb passei por algo parecido, hj tenho o ser mais precioso de 20 meses, linda. My Maria. Custa mto, mas é por um ser maior.
    Bem-vindo David, ter uma pessoa q goste assim de nós é mesmo bom. Nunca tive e senti esse amor.
    Foi tudo sozinhos, só eu e o meu marido.

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    1. Cara Catarina Silva, obrigado pelo comentário. É um sortudo este bebé, sem dúvida. Mas tenho a certeza que, no vosso caso, o seu amor e o do seu marido chegou para as encomendas. Um beijinho.

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