Tenho uma colega de trabalho que é um prato. Não há melhor para a brincadeira. Mas também não há melhor para mandar vir. Trabalhou durante 10 anos no Porto, no mundo do espectáculo. Cenografia, produção e tudo o que é bastidores. Trata muitos dos nossos artistas por tu. Conhece-lhes os gostos, os defeitos, os preciosismos. E fala desse tempo com saudade. Mas além dessa experiência de vida de uma década, os melhores anos da sua vida (segundo a mesma), além dos imensos contactos que fez, da excelente carteira de profissionais que tem e dos amigos que lá deixou, esta minha colega trouxe consigo duas coisas: o sotaque, ainda que leve, e os palavrões. Ai os palavrões que me deixam doida! Mesmo!!
Vou tentar reproduzir uma simples conversa. Ela chega sempre depois de mim. E dá-me assim o bom dia:
- Ó Claudinha c#$%, bom dia!! F***-se! Estás boa, pita?
- Olá, bom dia!
- Então, ca#$$$###! O que é que tens, fo#$$-##?!?
- Nada. Estou aqui a fazer uma coisa.
E se não paro para olhar para ela:
E se não paro para olhar para ela:
- Estás e*conada?
- Não estou nada. Estou concentrada!
- Olha o c***r****... Conta lá minha. Estás armada em filha da p***??
E só fica descansada quando lhe dou dois dedos de conversa.
- Não estou nada. Estou concentrada!
- Olha o c***r****... Conta lá minha. Estás armada em filha da p***??
E só fica descansada quando lhe dou dois dedos de conversa.
Depois tem expressões que já conheço de cor.
Imaginem uma situação em que alguém entra no gabinete sem se fazer anunciar. Atira logo:
- Isto é uma alegria na casa das p***s! Entra-se à c*****, com o c* enfiado nas pernas, armados ao pingarelho!!
Outra muito frequente é se alguém não pode ajudá-la imediatamente a fazer alguma coisa:
- F***-se! Ca****! Com quem casei eu minha filha!!
Ou se alguém volta atrás relativamente a qualquer assunto:
- C*$*#** deste gajo que tem o cag*r torto! F****-**!!
É a toda a hora! A cada frase. A cada conversa. A cada discussão de qualquer assunto. A cada coisa que a irrita. Desculpa-se sempre com o seu feitio e com o ambiente em que viveu. Desculpa-se sempre com a paixão pelo trabalho. Desculpa-se. Mas nem quando se desculpa consegue conter-se:
- Eh pá, ó minha! Desculpa lá, c*****! Já sabes que eu sou uma boca de b*****!!
(e a dificuldade que eu tive em escrever isto? é que se pusesse "piiii" em cada palavrão, não teria a mesma graça) :)
- Eh pá, ó minha! Desculpa lá, c*****! Já sabes que eu sou uma boca de b*****!!
(e a dificuldade que eu tive em escrever isto? é que se pusesse "piiii" em cada palavrão, não teria a mesma graça) :)
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