... a minha vida dentro de casa da minha vida fora de casa. Uma linha que separa a pessoa que sou com a família e os amigos e a pessoa que sou nas várias esferas em que me relaciono. Uma linha invisível, mas perceptível.
Somos várias pessoas ao mesmo tempo. Nós: o resultado das nossas vivências. Namorados e namoradas. Maridos e mulheres. Colegas de trabalho. Pais e mães. Vizinhos. Conhecidos. Encarregados de educação. Uma (entre muitas) pessoa que vai ao supermercado. Que frequenta o café de sempre. Que faz programas em família. Que faz programa com amigos. Que, por vezes, participa noutros programas. Que vai ao ginásio. Que vai com os miúdos às actividades extra-curriculares. Entre mil e uma coisas.
Somos uma espécie de Fernando Pessoa. Temos vários heterónimos. Vários perfis comportamentais de acordo com o tempo, o espaço e as pessoas.
Há uma linha que separa aquilo que queremos manter dentro de cada esfera. Que nos relembra da importância que tem deixar os limites bem definidos. Não misturar assuntos ou pessoas. Mas se, porventura, isso acontece, acontece de forma muito subtil. Até sedimentar. Que a experiência de vida ensinou-nos a antever resultados.
Há pessoas que não respeitam essa linha. Que nos moem a paciência. Que não percebem até onde podem ir. E nós, muitas vezes, vamos deixando a coisa andar. Até ao dia. Em que arrumamos os assuntos. Fechamos as gavetas e deitamos as chaves fora.
Porque, apesar de invisível, essa é uma linha essencial aos bons relacionamentos.
Setembro, mês de recomeços e renovações, é um bom mês para isso. Para fazer as arrumações pendentes entre o lado de cá e o lado de lá da linha. Seguros. Firmes. Da melhor opção.
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