Penso que já referi aqui no blog que sempre tive amigos mais velhos do que eu. Aliás, ainda hoje dentro do meu grupo de amigos mais chegados sou a mais nova. Mas apenas em idade, atenção! Que o meu tamanho não permite andar debaixo do braço de alguém como se fosse uma mascote. :)
É, de facto, uma realidade! Esta de ter amigos mais velhos.
Por vezes dou comigo a pensar na mais valia deste facto. Porque não estou a meio da tabela ou porque motivo não me motivam os mais novos no relacionamento interpessoal. Mas chego sempre à mesma resposta. O saber de experiência feito serve-me de exemplo para as minhas escolhas. E só alguém mais velho que eu consegue dar-me isso. Pelas suas experiências de vida. Pelas suas aprendizagens.
É das pessoas mais velhas que ouço aquilo que quero ouvir. Não a título de conselho que eu não faço esse papel. Apenas se precisar. Mas a título de boa ouvinte. Nas conversas comuns, nos relatos, nas tertúlias, nos encontros, numa esplanada, em casa, numa festa. Ouço atentamente. Retiro, atentamente, aquilo que julgo que, um dia, poderá servir-me.
Não me sinto especial. Não me sinto um supra sumo nisto que é vida. Não acredito que nunca errarei ou que terei sempre sucesso. E por mais que estude na vida, por mais que adquira conhecimentos científicos, fundamentados, estruturados por grandes pensadores, não há outra escola que me ensine aquilo que preciso de saber. Apenas a faculdade da vida. E quem tem esse diploma? As pessoas que já viveram mais anos que eu. As pessoas que, por diversas circunstâncias da vida, vieram a tornar-se grandes exemplos de liderança, de sucesso, de tenacidade, de tolerância, de humildade, de honestidade. As pessoas que, por diversas circunstâncias da vida, passaram por uma viuvez, por um divórcio, pela perda de um filho, pelo desemprego, por uma doença.
Não somos mais do que aquilo que encerramos em nós. Somos seres indivisíveis. Não me esqueço disto. Por isso sei que a qualquer esquina da vida poderei deparar-me com qualquer circunstância. E não há nada melhor que beber o conhecimento, o saber de experiência feito, de quem já passou pelo mesmo.
E é a esta conclusão que chego quando penso nisto. Quando penso nesta tendência, que considero inata, de estabelecer relações profundas de amizade, respeito e consideração por pessoas mais velhas. Desde miúda que assim me vejo. E se, algum dia chegar a envelhecer, espero que essa diploma da faculdade da vida que irei obter com o viver dos tempos possa vir a ser útil a alguém.
Aos meus amigos que sempre que nos encontramos me enriquecem, um beijinho no coração. Desta vossa amiga mais nova. :)