Escrevo-te depois de muito pensar, ouvir e ler sobre o que te envolve.
Não te acuso. Nem te defendo.
Tenho, apenas, algumas pequenas grandes certezas.
As pedras que os teus "doutores" carregaram, herdaste-as para o resto da tua vida.
A experiência de vida que quiseste proporcionar-lhes, virou-se contra ti.
Com isto, não te tornaste um homem.
Um dia, quando estiveres no lugar dos pais dos que partiram, vais pensar duas vezes sobre as experiências de vida que queres que os teus filhos tenham.
Um dia, quando os teus filhos entrarem na faculdade, não reconhecerás a um miúdo de capa negra a condição de Dux, de líder, pois aí perceberás que não há Dux's nesta vida.
Não voltarás ao Meco de ânimo leve.
Irás viver de dedo apontado até ao último dia da tua vida.
Não conseguirás viver.
Recomeçar, continuar, serão palavras que terão dificuldade em entrar no teu dicionário.
E, Dux, foste apanhado numa rede sem fios. Acreditaste numa tradição que, nos dias de hoje, já não tem o mesmo encanto. A praxe, Dux, vivia da conquista que era entrar na faculdade no tempo em que isso era um verdadeiro feito. Um garante de futuro. Em que só os melhores conseguiam. Em que, apenas e só, o mérito contava.
Pertences a uma geração com uma grande necessidade de afirmação. Uma geração que não conhece o peso das palavras trabalho, esforço, excelência, recompensa. Pertences a uma geração que foi levada ao colo. Sem adversidades. Pertences à tua geração. Aquela que decidiste marcar com uma experiência de vida que te custará a vida toda.
A ti, Dux, que tantas cartas abertas já recebeste, esta constatação. Esta constatação de uma mãe que também foi praxada.
A experiência de vida que quiseste proporcionar-lhes, virou-se contra ti.
Com isto, não te tornaste um homem.
Um dia, quando estiveres no lugar dos pais dos que partiram, vais pensar duas vezes sobre as experiências de vida que queres que os teus filhos tenham.
Um dia, quando os teus filhos entrarem na faculdade, não reconhecerás a um miúdo de capa negra a condição de Dux, de líder, pois aí perceberás que não há Dux's nesta vida.
Não voltarás ao Meco de ânimo leve.
Irás viver de dedo apontado até ao último dia da tua vida.
Não conseguirás viver.
Recomeçar, continuar, serão palavras que terão dificuldade em entrar no teu dicionário.
E, Dux, foste apanhado numa rede sem fios. Acreditaste numa tradição que, nos dias de hoje, já não tem o mesmo encanto. A praxe, Dux, vivia da conquista que era entrar na faculdade no tempo em que isso era um verdadeiro feito. Um garante de futuro. Em que só os melhores conseguiam. Em que, apenas e só, o mérito contava.
Pertences a uma geração com uma grande necessidade de afirmação. Uma geração que não conhece o peso das palavras trabalho, esforço, excelência, recompensa. Pertences a uma geração que foi levada ao colo. Sem adversidades. Pertences à tua geração. Aquela que decidiste marcar com uma experiência de vida que te custará a vida toda.
A ti, Dux, que tantas cartas abertas já recebeste, esta constatação. Esta constatação de uma mãe que também foi praxada.
É mesmo assim.... Aliás, gostava de saber qual a piada e autoridade de alguém que tem a condição de Dux por ter mais matriculas (e consequentemente, mais chumbos?
ResponderEliminarNão sou contra a praxe, feita à boa maneira antiga, como anda é feita nas universidades clássicas. Tudo o resto é uma imitação má, muito má.
Milk Woman, gosto dessa perspectiva: uma condição ganha em função do n.º de matrículas. Nada garante que o Dux seja um exemplo. Também não sou contra a praxe. Fui praxada. Brinquei, joguei. Aquilo marcou-me pela positiva. Uma espécie de ritual de iniciação. Uma festa, depois do esforço que foi estudar para entrar numa Universidade pública. Uma das melhores do país. E essas mutações deste ritual de que falas são, sem dúvida, aquilo que eu disse: uma grande necessidade de afirmação.
EliminarInfelizmente, é o que temos.
Obrigado pelo teu comentário!
Excelente! Muitos parabéns pelo texto.
ResponderEliminarObrigado. :)
EliminarSão tantas as perguntas sem resposta... numa investigação com muita obstrução à justiça. Será que a comunicação social faz um melhor trabalho que os investigadores da PJ? Nem imagino a dor destes pais sem respostas de uma das únicas pessoas presentes. Já tanto se disse e escreveu e as incertezas continuam a pairar a mente de todos nós.
ResponderEliminarFui praxada em duas universidades diferentes e também guardo boas recordações. Numa delas até fui a um fotografo profissional tirar fotos da minha pintura facial. No entanto, existiu uma terceira universidade que, quando lá caí de "paraquedas", quis que eu fosse praxada como um caloiro. Não aceitei. E tive problemas com a representante do meu curso. Falei com o Dux dessa universidade e o assunto ficou encerrado.
Lamento imenso que o que poderia ser uma experiência positiva, esteja a ser manchada por experiências humilhantes e de demonstração de um dito "poder" que nunca terão na vida pós universidade. Beijinhos e obrigada
Obrigado pelas tuas palavras, tocou-me muito. Fez brotar lágrimas dos meus olhos, lagrimas de dor pelo Dux, pelos Pais e pelos filhos, porque todos perderam…Obrigado
ResponderEliminarCaro anónimo, isso é uma grande verdade! Perderam todos!
EliminarObrigado pelo comentário!
Magda Pires, julgo tratar-se de uma tradição que sofreu mutações ao longo dos tempos. E neste tempo que vivemos os jovens não se importam de pagar por uma inclusão a qualquer preço. A perda foi para todos.
ResponderEliminarObrigado pelo comentário.
excelente texto! diz tudo o que tenho sentido e muito mais. eu tambem fui praxada e praxei mas sempre com dignidade e respeito. beijinhos e muitos parabens!!
ResponderEliminarObrigado Joana. Dignidade e respeito, duas palavras em vias de extinção.
EliminarCumprimentos.
Eu vou continuar a achar q a historia está mt mal contada. Eu tbm fiz um post sobre este assunto mas de uma outra visao....na minha maneira de ver faltam detalhes para entender o q aconteceu.
ResponderEliminarEm algumas coisas concordo ctg, o Dux devia ser alguem que fosse imparcial e q fosse humano. Que esta superioridade q eles sentem nao os transformar se. Por acaso a Dux da minha faculdade é brutal e faz de td por nós.
Beijinho,
http://coffeebreak-timee.blogspot.pt
Olá Ana Roque de São José. Eu começo por dizer que não acuso, nem defendo. Pois, com este texto, e por estar muito ciente disso mesmo, de que não sabemos nada, apenas faço uma constatação. Constato que esta experiência de vida foi muito marcante. Deveras marcante. É isso e só que eu digo. Olha, sabes uma coisa? Uma tristeza muito grande esta tragédia. Muito grande...
EliminarObrigado pelo teu comentário.
Ah sim, mas nisso concordo ctg. Tragédia e pode ser que agora alguns abram os olhos :/
EliminarMas é preciso acontecerem coisas destas para fazerem algo, infelizmente mts funcionam assim... É triste!