segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Feira Popular? O que é isso?

Fiquei sem palavras.
Não o demonstrei, mas fiquei sem palavras.

- Conheces a senhora horrorosa do labirinto do terror?
Fiquei a pensar por breves segundos...
- Conheço!
- E tens medo?
- Quando ía lá não passava sem entrar. Mas tinha sempre medo! - respondi, certa de que tinha encontrado uma parceira que, ao viver a sua infância, avivava-me memórias.
- O quê?!? Quando ias onde?!?
Oi? A cara da miúda fazia adivinhar que não estávamos a falar da mesma coisa.
- À Feira Popular! Quando ía sabia que ía ter medo, mas não deixava de entrar na casa do terror. - respondi.
- À Feira quê? O que é isso?
Uou! Então?!? O que é isso?!? A minha cabeça entrou num looping momentâneo. Rapidamente me dei conta... fecharam a feira e eu estava a falar com uma criança...
 
Foi no Domingo. Dia de ter as amigas da minha filha lá em casa. Um entusiasmo daqueles. Às tantas uma delas veio com esta conversa. Juro que pensei que ela estava a falar da casa do terror na Feira Popular. Juro que fiquei sem palavras, quando ela demonstrou não saber do que falava. Tentei perceber. Afinal, o tema era o filme "Exorcista". (muito à frente)
 
A senhora do labirinto do terror... não sei muito bem o que é... talvez uma personagem do filme. Confesso que nunca o vi do princípio ao fim. E do que vi não tenho memória. Não é o tipo de filme que me inspire.
 
Mas tenho memória da Feira Popular. Não desta, que abre de ano da ano. Mas daquela que existia quando era miúda. Da casa do terror. Tinha tanto medo e sempre tanta vontade de entrar. E a casa dos espelhos? Era ver-me como nunca. Elegante, gordíssima, desfigurada. Um fartote de rir. :)
 
A minha primeira vez foi lá. Calma!! A minha primeira vez na montanha russa. Mínima, é verdade! Mas à escala dos meus verdes anos, um monstro!! Antes de ter o looping. E repeti com o looping. Com o meu pai ao lado. De que nada me valeria se a coisa corresse mal.
 
A Feira Popular. Ai a Feira Popular!
O algodão doce. As pipocas. As maçãs caramelizadas. Os sacos de torrão. A excitação dos divertimentos.
 
A construção de memórias de um espaço e de um tempo que não volta atrás. De um espaço e de um tempo em que os meus olhos exacerbavam qualquer realidade. A de um espaço e de um tempo de pura diversão, com os nossos pais só para nós.
(a minha irmã também ía connosco, claro)
 
E hoje? Que criança dos tempos de hoje irá lembrar-se disso?

2 comentários:

  1. A Casa do Terror da Feira Popular... Que Saudades!... Também não conseguia passar por lá sem entrar, era mais forte do que eu!... O que eu gritava, mas sabia-me tão bem. Saía de lá aliviada. Os meus amigos gostavam sempre de ir no meu grupo porque com a griatria era um fartote de rir!

    Sónia

    http://bolas-desabao.blogspot.pt

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    1. Olá Sónia!
      Realmente a experiência da Casa do Terror era um misto de medo, excitação, brincadeira, galhofa, angústia e sei lá mais o quê. Ainda bem que a Feira Popular faz parta das nossas memórias.
      Vou espreitar o seu blog. ;)
      Beijinhos e obrigado.

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