segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Fomos ao circo

Por norma vamos todos os anos desde que temos filhos. Este ano fomos ao Chen que está na Feira Popular. Mas foi desolador. O ambiente envolvente mete dó. Não consigo que os meus filhos construam memórias na Feira. Daquelas que eu construí e das quais me lembro muitas vezes. Das gargalhadas que dei nos carrosséis, dos gritos de medo na casa do terror, das maçãs caramelizadas e da montanha-russa. Onde ía com vontade e vinha a jurar que jamais voltaria. Eles jamais irão compreender isto.
 
Depois, o espetáculo de circo... Não sei se é de mim. Se é por não ser já criança. Quando dava muito mais valor a estas coisas. O circo Chen foi sempre uma referência no nosso imaginário circense. Mas não gostei. Do que vi, não gostei. Não consigo destacar nenhum número. Uma pobreza muito grande. Não houve, sequer, malabaristas, trapezistas ou magia. Não houve palhaços à séria, daqueles que nos levam às lágrimas, nem o senhor da mota que fazia acrobacias de morte. A Vitória Chen trouxe os seus tigres amestrados da Sibéria e o apresentador passou o número todo a ressalvar o carinho, o respeito, o amor que ela tem pelos bichos...
 
De repente apareceu um monstro no meio do público. Todo iluminado e a rugir e na arena lutou com um carro que, afinal, era um transformer. Não percebi. E os meus filhos também não. A tão anunciada senhora dos laser's foi um grande golpe para os pais gastarem 5€ numa espada de luz cuja duração não foi para além do final do espectáculo. Um grande flop. O número e as espadas. Graças a Deus consegui escapar-me a esse investimento.
 
Este foi o primeiro ano em que o meu filho, de facto, percebeu o Circo. E foi o primeiro ano em que percebi que ele tem medo dos palhaços. Bom, daqueles também eu tive, que foram pavorosos! Mas assim, no geral, ele não gosta deles. Só há distância. Tipo... na televisão...
 
Um aspecto positivo. Os jovens! Os jovens artistas. Uma nova geração de artistas no circo Chen. Mas uma sugestão também: invistam um pouco mais na criatividade dos números. Que isto a malta não se importa de pagar por coisas boas. E mais! Para o ano façam uma pesquisa sobre músicas de circo, daquelas que não deixam dúvidas. Porque para ouvir a Piradinha ou a Gostosinha não muito obrigado!
 
Tive pena. Vim de lá muito desiludida. Mas pior por os miúdos também não terem ficado muito entusiasmados. Aliás, o mais novo pediu muitas vezes para ir embora. Até que tive mesmo de sair mais cedo com ele.

Fomos ao Circo mais uma vez. De ano para ano tem sido cada vez pior. Fico com pena. Por mim. E, sobretudo, por eles.
 
 
 

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