Ir ao Porto e não visitar as caves do vinho do Porto é quase um sacrilégio. Além de fazer parte da nossa história, a história deste vinho tão afamado e apreciado por esse mundo fora, é uma visita que nos enriquece e uma oportunidade de entrarmos num mundo desconhecido. Pelo menos para mim que não me movo nestes meios.
Já íamos com esta visita fisgada e depois de almoçarmos uma bela francesinha na Rua de Santa Catarina, pusemos pés ao caminho e fomos à procura de uma das várias caves que podemos visitar. O grande, grande, grande problema que tivemos durante este fim de semana foi o estacionamento. Verdade seja dita que ao conseguirmos estacionar em frente às caves Sandeman decidimos que seria essa a visitar, apenas porque continuar à procura de estacionamento levar-nos-ía a uma grande perda de tempo.
Assim o pensámos, mas a visita em português seria, apenas, pelas 18.00 e eram 15.20... Indicaram-nos as caves Ferreira que fazem parte do mesmo grupo, tal com as Offley, pois teriam uma visita em português às 16.00 e depois de dez minutos a pé, que se fazem bem com os miúdos, já lá estávamos. Eles não pagaram. Nós pagámos 5€ cada um com visita guiada e degustação de vinhos. Nesta caso um vinho do Porto Ferreira tinto e um branco.
Não sou especialmente fã de vinho. No geral, não me atrai. Apesar de reconhecer que o vinho do Porto é mais doce que os demais. Mas dispenso. No entanto, devo dizer-vos que no final da visita, e depois do que ouvi, tive vontade de voltar a experimentar. Não foi a locura, mas soube bem. Aliás, melhor do que o vinho que compramos por aí. Gostei do branco, que senti como mais leve e doce e o tinto, apesar de doce, "arde" na garganta.
As fotos dentro das caves ficaram muito escuras, por isso não as publico. Fica, apenas, um cheirinho. Para aguçar-vos o apetite.
As fotos dentro das caves ficaram muito escuras, por isso não as publico. Fica, apenas, um cheirinho. Para aguçar-vos o apetite.
Foi aqui que fizemos a primeira tentativa. Há quem diga que quem vê uma vê as outras |
A fachada das caves Ferreira |
Os famosos barcos Rabelo que transportavam o vinho pelo rio Douro. Ao fundo, a outra margem. Do lado do Porto |
Uma vista magnífica. As caves ficam na margem de Gaia |
Uma foto alusiva ao trabalho no campo na altura das vindimas. Faz parte do pequeno museu das caves |
Os vinhos que degustamos |
O vinho do Porto Ferreira tem uma história atípica e é um grande exemplo de empreendedorismo. Atípica, pois a sua personagem principal é uma mulher, Antónia Ferreira que, no tempo que viveu, era a única mulher a dedicar-se ao vinho. Para manter o negócio na família, casou com um primo, mas enviuvou aos 33 anos de idade. Nunca mais casou e fez da sua vida um exemplo de trabalho, esforço, visão e bondade. Construiu escolas e ajudou a população. E, dizem, que sem o seu esforço e dedicação o vinho Ferreira não seria o que é hoje.
Eu cá digo. É uma mulher do Norte!
Vale a pena fazer este programa. E nós,que não conhecíamos a cidade, ficámos deslumbrados com as margens do rio, os contrastes entre o lado do Porto e o lado de Gaia. Os miúdos adoraram o fim de semana. Portaram-se lindamente nas caves. Também queriam experimentar o vinho, mas contentaram-se com umas castanhas assadas à saída.
Fiquem por aí. A história contnua.
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