Pouco depois de começarmos a namorar decidiste fazer anos. 24. E todos os anos pergunto-te se ainda te lembras qual foi o presente que te ofereci. E todos os anos respondes Uma carteira. Não foi fácil. Conhecia-te há pouco tempo e logo que começamos a namorar fizeste anos. Uma espécie de teste à minha capacidade de observação.
Como tinha um horário de trabalho que me ocupava os dias até às 11 da noite, pedi à nossa amiga Elvira que me fizesse o favor de te comprar uma carteira. A única coisa de que me dei conta que estavas a precisar. A tua já mal fechava e uma carteira de homem é sempre um bom presente.
Hoje fazes anos. Outra vez... 43. E hoje são os teus filhos os principais promotores dessa coisa que é oferecer presentes em dia de aniversário. Um mês antes do dia começam a falar disso. E o que é que vamos dar ao pai? Não que esqueças, mãe! Falta pouco tempo. E eu não me esqueço. Nunca me esqueci.
Gostas de fazer anos. Gostas de ter a família à tua volta, de acender a lareira e ter um bolo com o teu nome. Gostas que o telefone toque vezes sem conta durante o dia. Que os amigos se lembrem de ti e de ser surpreendido. Gostas de pegar nos miúdos ao colo para apagarem as velas contigo e de abrir presentes como uma criança na noite de Natal. Gostas que te prepare um bolo. Eu. Na nossa cozinha. E gostas de terminar a noite agarrado a mim e adormecer a sorrir.
E eu, que gosto de brincar contigo, todos os anos faço questão de lembrar-te sobre os teus cabelos brancos. De dizer que estás a caminho dos 50, enquanto eu ainda estou nos 30. De provocar-te sorrisos incomodativos sobre esta realidade que é a vida. Um fósforo que arde num abrir e fechar de olhos. Mas tu sabes que sou eu o motor deste dia que gostas de celebrar. E que assim será. Enquanto Deus quiser.
Parabéns! Tem um dia feliz.
A pensar na noite que está para vir. A que programámos. Em família.
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