Somos um povo com a grande capacidade de relativizar. Perante as maiores desgraças vemos sempre o lado menos mau das situações. Se uma pessoa tem um acidente e parte uma perna, pelo menos não partiu mais nada! Se bate com o carro, pelo menos o carro ainda anda! Se perdemos um trabalho que estamos a fazer no PC, pelo menos ainda temos memória para recuperar alguma coisa e o melhor é começarmos imediatamente a escrever tudo de novo! Se uma pessoa fica desempregada, pelo menos tem o subsídio de desemprego. Se uma pessoa perde o subsídio de desemprego, pelo menos tem família que a ajude.
Somos os reis da relativização. Em relação aos outros.
Quando nos acontece alguma coisa... essa incrível capacidade desaparece em três tempos. Todo um mundo de desgraças abate-se sobre nós. Não encontramos saída, pois a conspiração contra nós é maior que tudo o resto. E, muitas das vezes, a única coisa que conseguimos fazer é ficarmos firmes e hirtos. À espera que passe.
Relativamente à pergunta da imagem conseguimos ter sempre uma resposta. A mais óbvia de todas. A mais típica dos portugueses. Há sempre alguém mais infeliz.
Somos os mestres da relativização. Relativamente à vida dos outros. E, assim, encontramos refúgios para continuar. Na mesma.
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