segunda-feira, 3 de março de 2014

Racionamento de alimentos

Desde miúda que tenho um feeling que não consigo explicar.
Vejo-me a viver um período de escassez de bens e alimentos. Derivado a uma guerra ou a uma situação de catástrofe natural, não sei. Mas vejo-me num cenário desastroso, onde para comer temos de fazer uma grande ginástica, pois é tudo racionado. Onde alimentos como o açúcar ou o chocolate nem sequer existem. São raros, preciosos e muito disputados. Imagino a fruta à venda podre e cortada aos pedaços, para aproveitar apenas a parte boa. O arroz apenas vendido em determinadas quantidades, de acordo com o agregado familiar. Vejo-me sem electricidade ou qualquer outro pequeno luxo. Os miúdos sem escola. As farmácias sem medicamentos. Mendigos nas ruas. Famílias inteiras desalojadas.
 
É um pensamento recorrente que não consigo explicar. Será pressentimento? Será memória de uma vida passada?
 
Depois, há situações que me fazem relembrar desta cisma. Como agora, a situação na Ucrânia. Como aconteceu com o tsunami no Japão. Como aconteceu com o 11 de Setembro. E outras situações limite.
 
Mas não me dá a loucura para comprar bens não perecíveis em grandes quantidades. Armazenar garrafões de água ou velas e candeeiros a petróleo. Não me dá para pensar nisso como se pudesse acontecer a qualquer momento. Bom, ainda bem que não ando de metro todos os dias. Pois quando ando... é inevitável... E se houver um sismo neste preciso momento em que estou a não sei quantos metros de profundidade? O que é que fazia de imediato? Como é que contactaria os meus filhos? E começo logo a elaborar planos de emergência.
 
Não me dá para essa prevenção, mas também não posso pensar muito no assunto. Senão ainda desato à procura de um local para a construção de um bunker. Já pensaram o que seria viver neste cenário? Já pensaram o que seria não ter alimentos para os nossos filhos? Já pensaram no que seria não ter medicamentos? Viver sem saber muito bem como. Sobreviver. Já pensaram na sorte que temos? Na liberdade de que gozamos todos os dias das nossas vidas? Na infelicidade de que vive com medo de sair à rua? De quem não tem o que comer. De quem não tem como sobreviver...

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