De uma conversa descontraída com uma amiga, sobre tudo e sobre nada, a uma conversa séria que me deixou muito preocupada, foi um ápice.
Assim que cheguei ao pé dele percebi, nos seus olhos, que alguma coisa não estava bem. Mas não quis começar por aí. Comecei por banalidades, assuntos que nos ligam, coisas que nos fazem rir, mas aqueles olhos, que tão bem conheço, não me enganavam e, sem que ela pecebesse, estavam a pedir-me ajuda.
Assim que cheguei ao pé dele percebi, nos seus olhos, que alguma coisa não estava bem. Mas não quis começar por aí. Comecei por banalidades, assuntos que nos ligam, coisas que nos fazem rir, mas aqueles olhos, que tão bem conheço, não me enganavam e, sem que ela pecebesse, estavam a pedir-me ajuda.
Com pézinhos de lã cheguei à vaca fria e ela, que sabe não conseguir esconder-me nada, não aguentou e falou, falou, falou...
A minha amiga é mãe solteira. Uma guerreira que sustenta uma casa, uma criança, uma escola, um carro, supermercado e, claro está, pouco sobra para si mesma. Uma mulher que pouco vive, que muito trabalha, cujo tempo, ingrato, cobra-lhe todas as horas do dia para provar que consegue passar, com distinção, no teste, na prova de fogo que a vida lhe colocou à frente.
E, digo-vos, cada etapa desta prova tem sido superada com nota máxima. Mesmo! Não falo apenas de uma amiga, mas de uma mulher, de uma vencedora que, nos dias menos bons, tem vontade de chorar e questiona-se. Questina tudo o que a rodeia. Questiona o que não a rodeia. E, nessa conversa que tivemos, eram tantas as questões e uma única resposta, a que lhe dei.
Os seus olhos disseram-me logo que alguma coisa não estava bem. Os seus olhos têm vindo a dizer-me que alguma coisa não está bem. Têm perdido brilho. Têm perdido vida. Não projectam a linda pessoa que ela é. Não projectam as suas conquistas nem o seu percurso vencedor. Não conseguem vibrar com coisas boas. Dizem-me que ela não consegue divertir-se, mesmo que tente.
Os seus olhos, falam por ela. Espelham os seus sentimentos. Dizem-me que vivem numa rotina que tende a tornar-se atrofiante. Dizem-me que não têm escapes, que não encontram saídas de emergência. Estão baços. Embaciados. Inundados, ao mínimo pormenor.
Não há receitas! Foi o que lhe disse.
Não há receitas para a felicidade. Não há receitas para a parentalidade.
Não há fórmulas secretas com resultados espectaculares, nem ingredientes misturados com varinhas de condão.
Não há quem saiba dizer-nos o que nos faz falta.
Não há quem tenha truques de magia, daqueles que nos mudam o olhar.
Não há quem seja feliz... sempre...
Não há quem nunca tenha falhado na vida. Seja como pessoa, como profissional, como pai, como mãe, como amigo... seja como for...
Não há nada perfeito.
Há dias felizes. Mas somos uns aprendizes.
Não há dias sem tempestade. Isso, aprendemos com a idade.
Há uma verdade! A nossa. A que cada um contém.
E só vivendo com a sua verdade, aceitando-a, compreendendo-a, vivendo-a, é que cada um de nós poderá encontrar as respostas que procura.
Não há receitas! Há maleitas, desfeitas... e as colheitas disso são a aprendizagem que respeita esta vida... imperfeita...
E só vivendo com a sua verdade, aceitando-a, compreendendo-a, vivendo-a, é que cada um de nós poderá encontrar as respostas que procura.
Não há receitas! Há maleitas, desfeitas... e as colheitas disso são a aprendizagem que respeita esta vida... imperfeita...
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