Quando, no meio do turbilhão diário que é a minha vida, paro para pensar um bocadinho no que está a acontecer, no que aconteceu, no que fui e no que sou, tenho um pensamento recorrente...
Lembro-me, muito bem, do dia em que descobri que estava grávida, da 1ª vez. Lembro-me, perfeitamente, do dia em que descobri que estava grávida, pela 2.ª vez. Lembro-me de episódios que vivi durante a gravidez. Do telefonema da obstetra a anunciar a necessidade de fazer uma amniocintese. De ter visto a Paixão de Cristo no cinema a custo, aliás, saí da sala antes do filme acabar. De dias espectaculares, de serões, de férias, enfim, de uma série de coisas que, afinal, não se esquecem do pé para a mão.
Olho para os meus filhos e fico parada a pensar. Nos 4500kg de gente que ela era quando nasceu. Nos 4000kg que era ele. No cabelo farto que ambos traziam, dos primeiros passos que deram, da primeira vez que disseram uma palavra.
Do primeiro dia de colégio de ambos, do primeiro dia de escola dela. Do primeiro dia de praia, da primeira ida ao parque. Do primeiro cinema, do primeiro livro de cada um.
Lembro-me de muitas primeiras coisas, mas não me lembro da última vez em que a senti ainda bebé... É uma tristeza profunda pensar nisto. O tempo VOA! Voa mesmo!! E, depois, nasceu o irmão pelo meio.
Tenho pena, muita pena de não me lembrar quando é que isso aconteceu. De não me lembrar da última vez que a adormeci comigo. De não me lembrar da sua última sesta. De não me lembrar da última vez que a amamentei. De não me ter lembrado que, um dia, poderia esquecer-me disso.
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