quarta-feira, 21 de maio de 2014

As crianças e os exames

Hoje é dia de prova de aferição de matemática. Lá em casa andamos nestas andanças há cerca de uma semana. Primeiro, a prova de Língua Portuguesa. Na 2.ª feira. Segundo, a prova de hoje.
 
Sem stresses. Sem  pressões. Sem pressas.
 
Uma logística imensa. A caneta X, o cartão do cidadão, o compasso Y, a régua H, a borracha e o lápis. Visitámos a escola sede na semana passada. As listas de colocação foram afixadas. Os professores que vigiam. Os professores que corrigem. E a polícia. Sim, o aparato policial na escola sede era imenso!
 
E o que dizer sobre estas avaliações? Tenho ouvido de tudo, claro! Que é uma exigência, que é um exagero, que é demais. Outros que tais, ficam indiferentes. E há quem ache tudo muito bem. Que é de pequenino que se torce o pé ao pepino.
 
E eu? O que é que eu acho?
Acho que a avaliação que os pais fazem depende (e muito) do aproveitamento dos filhos. Acho que os pais que investem diariamente na formação dos seus filhos e cujo aproveitamento é positivo, ficam descansados com esta avaliação. Ao contrário dos pais cujo investimento diário é visto como trabalho, obrigação, uma chatice. Para estes, esta prova é uma patetice. Coitadas das crianças que começam logo a fazer exames!
 
Porque dá trabalho. Porque obriga à alteração de rotinas. Porque é preciso estudar com eles. E como é que nós sabemos o que é que vai sair? Porque há sempre alunos que ficam sem aulas. E o que é que fazemos aos nosso filhos que não têm aulas por causa dos exames? Porque não há autocarro para levá-los à escola sede? Então como é que é? Por mil e uma razões que não me passam pela cabeça serem um problema.
 
Dá trabalho? Dá!
Mas porque não ver isso como um investimento? Uma semana pelo resto da vida.
 
Alteração de rotinas? Sim!
E então? Já sabemos desde o ano anterior que, no ano a seguir, há exames.
 
Não sabemos o que vai sair? Sabemos!
Se tivermos acompanhado as crianças durante todo o ano lectivo.
Além disso, os professores fornecem uma matriz.
 
A escola não disponibiliza autocarro? Não! Não tem dinheiro...
Mas para as festas com os amigos os pais arranjam sempre uma maneira.
 
Há alunos que ficam sem aulas? Há!
Os mais velhos. Que já ficam em casa sozinhos ou com amigos ou em ATL's ou com os avós ou com vizinhos ou vão com os pais para o trabalho ou n situações possíveis e que não acontecem pela primeira vez.
 
No nosso caso foi uma questão de relembrar a matéria. Tirei da net os exames dos anos anteriores e as matrizes de avaliação/correcção para que a mesma fosse o mais fiel possível. Não nos preocupámos em seguir os livros utilizados nas aulas. Mas em manter a mente ocupada.
 
Algumas dicas do que serviu para nós:
- no caso da língua portuguesa comecei já há umas semanas a pedir à minha filha um resumo de cada livro lido. Tenho resumos das Gémeas de Santa Clara, do Diário de um banana, de Uma aventura e do Gerónimo Stilton. Treina a capacidade de compreensão, de síntese, de raciocínio e construção lógica de texto. Além da ortografia e da aquisição de novos vocabulários;
 
- estudámos os tempos verbais de forma descontraída. Num diálogo comum, pedia-lhe para me dizer o tempo verbal da frase. Sem ela esperar pedia-lhe um sujeito, o radial, um pronome ou um adjectivo. E fazia o exercício contrário. Em vez de lhe dar uma frase para analisar morfológicamente, pedia-lhe que construísse uma frase com, por exemplo, um adjectivo, um substantivo, um pronome pessoal, etc., etc.;
 
- no caso da matemática comecei há algum tempo a incentivá-la a fazer trocos com dinheiro. Participámos em feiras de venda de usados e, aí, atribuí-lhe a responsabilidade de dar o troco aos clientes. Quando fiz alguma receita com medidas foi a ela que pedi que medisse e fazia questão de pô-la a pensar na duplicação da receita ou no corte. Como o irmão mais novo anda a aprender as formas básicas, instruí-a no sentido de ser a professora lá de casa. Ao que ía acrescentando alguns pedidos mais exigentes. Com as meias que ela dobra também fui fazendo alguns jogos de pares, do género: há dois pares de meias perdidos na gaveta do mano. Aqui tenho 32 meias individuais. Quantos pares é que estão por dobrar? Etc., etc.;
 
- também utilizámos daqueles livros pequenos quebra-cabeças. Os Train your brain;
 
Não guardámos tudo para o fim. Com a prática diária torna-se mais fácil a compreensão das coisas. Também não alimentámos o stresse de uma avaliação ou da saída para a escola sede. Um dia igual aos outros.
 
E foi assim que ela agiu. De forma descontraída. E já saiu do exame. E só me disse:
- Não saiu nada que não tivessemos estudado.
 
Ainda bem, filha!
Ainda bem.
 
Agora é esperar pelo dia 12 de Junho. O dia em que nos telejornais será anunciado o desempenho dos alunos portugueses. As médias em relação ao ano passado. O ranking das melhores escolas. Mas não nos esqueçamos que sobre isso... há muito a dizer... Fica para outras núpcias.
 
 

2 comentários:

  1. Para quem é pai / mãe com letra maiúscula é a continuação do dia a dia mas infelizmente para alguns é só uma grande trabalheira

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