segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

A festa de Natal dele

Dezembro rima com calorias, despesas várias, jantares, amigo secreto, roupas estranhas para eles levarem para a escola, peças de teatro, música, férias, família, festas de Natal. E este ano, com a mudança de escola dele, não sabia bem como é que a coisa iria processar-se. Depois de 8 anos na mesma escola, uma IPSS que adorei, e passar para uma escola pública, um jardim de infância público, e tendo já noção de pequenas diferenças entre as duas realidades, não sabia bem como iria ser.
 
Há um mês atrás recebi um e-mail da representante de sala do meu filho a informar os pais sobre o desafio proposto pelas educadores, ou seja, serem as famílias a organizar a festa. Ups!! E agora? Já tinha passado por isso na escola anterior no ano em que estava grávida dele. Fiz uma figura linda, de barrigão, a dançar em cima do palco. Mas este ano, e apesar de não ter o barrigão, sabia que iria ser difícil participar como da outra vez.

Não consegui... Não consegui fazer parte da peça de teatro, nem ir aos ensaios das músicas que os pais deveriam cantar. Baralhei-me com os e-mail's e onde li que o miúdo devia ir de calças de ganga, camisola encarnada, gorro de Pai Natal ou hastes de rena, deveria ter lido que essa era a idumentária reservada aos pais.

Chegou o dia e assim que entro no ginásio está uma mãe ao microfone a chamar pelos pais. E lá fui. Envergonhada por não ter conseguido participar. Então e o gorro? Ou as hastes? What? É ele que as tem! Não, não. É para si! E lá fui eu. Buscar as hastes que comprei no chinês para pôr na minha cabeça.

Os pais foram extraordinários. Tentaram minimizar o meu desconhecimento da letra das músicas que íamos cantar. Fizeram com que me sentisse bem, parte daquele esforço de grupo. Nem todos estavam presentes. E dos que estavam presentes nem todos tinham ido aos ensaios.

Valeu-me o pai professor de música que da parte de baixo do palco ia mimando a coreografia. Valeu-me ter ficado na fila de trás para minimizar os estragos. E valeu-me a cara dele, quando me viu. Ele que não imaginava esta surpresa sentiu-se importante, como se o coro de vozes tivesse sido organizado só para si. Valeu-me a minha filha e o meu marido que, sabendo da minha fragilidade, fizeram uma festa ao ver-me em cima do palco. Apoiaram-me, tiraram fotografias e, imaginem, ainda bateram palmas.

A festa dele foi o máximo. Senti um grande carinho daquela equipa de educadoras e auxiliares. Senti-me em casa. E o meu filho está muito bem integrado e apoiado.

Fui forte, desde o princípio, nesta grande mudança, de modo a preparar-me para algum choque que pudesse ocorrer. Mas no final deste 1.º período não poderia fazer um balanço mais positivo.

Obrigado Isabel.

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