quinta-feira, 29 de maio de 2014

Às vezes vejo-me grega!

De todas as valências atribuídas a uma mãe, cozinheira, médica, psicóloga, educadora, cabeleireira, etc., há uma que é muitas vezes esquecida: a de tradutora. Uma mãe é uma tradutora. De um dialecto não registado e que só ela compreende. De um dialecto muito próprio de cada um dos seus filhos quando começam a dar os primeiros passos na comunicação com os seus pares. É verdade que há palavras que são comuns entre as crianças, como (mãe) ou ába (água), mas há outras que ninguém, mas ninguém compreende. A não ser as mães.
 
Os meus filhos já estão crescidos... ou melhor, ela já fala correctamente. Ele, com quatro anos, é muito despachado na fala, mas por vezes ainda me surpreende. Como ontem.
 
Estive na escola dele e encontrei a professora de inglês. Falámos um pouco sobre o seu desenvolvimento, comportamento e outras coisas triviais. No carro perguntei-lhe:
- Então como é que se chama a tua professora de inglês?
- Aimisenanda!
- O quê?!?
- Aimisenanda!
- Não percebi...
- AIMESANANDA! - gritou.
 
Bom, a coisa não estava fácil. Por breves segundos pensei no assunto e... fez-se luz! Voltei ao ataque:
- Então quando a professora entra na sala o que é que ela vos diz?
- Hi, class!
- E o que é que vocês respondem?
- Aimisenanda! (Tradução: Hi, miss Nanda!)
 
Está bem que neste caso estamos a falar de uma criança de 4 anos a tentar falar inglês, mas a capacidade de compreensão dos adultos e de explicação dela é a mesma...
 
Um destes dias de manhã ao entrarmos no estacionamento da escola viu um amigo que estava com os pais já fora do carro. E se não fosse esse o seu melhor amigo acredito que a excitação não tivesse sido tão grande. Assim que o viu começou:
- Estona aqui, mãe! Estona aqui! (Tradução: estaciona aqui!)
 
Isto faz-me lembrar outra gira que acontecia até há bem pouco tempo. À saída de casa dizia-lhe:
- Vai chamar o elevador!
E ele punha-se à porta do mesmo a olhar para cima e a gritar:
- Badôôôi! Badôôôi!
O que fazia acordar os vizinhos do prédio da frente!
 
Se começo a pensar no assunto não saio daqui... Um dia destes ainda escrevo um glossário.

E com os vossos filhos? Como é? :)

6 comentários:

  1. Acho que deves mesmo escrever/registar porque essas coisas, esquecem-se! Eu, quinze anos volvidos da primeira, e doze do segundo, recordo pouco essas graçolas (eu sei que tenho um cérebro de vento), e fico deliciada qdo vejo um ou outro vídeo antigo e me aviva a memória para certas palavras ditas de forma tão peculiar...mas os vídeos são escassos, e não contêm todos esses registos! Escreve! :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É verdade que, por vezes, acabamos por esquecer algumas coisas... infelizmente! Vou registando por aqui. Obrigado pelo comentário! :)

      Eliminar
  2. O caco no inicio do ano dizia que a professora de inglês não sabia dizer vaca . "Mamã ela diz 'cau' ela acha que uma vaca e um cão

    ResponderEliminar

Comente! Prometo responder!