quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Fui ver "A Ovelha Choné" - Em homenagem a mim

Peguei nos miúdos e fui ver "A ovelha Choné". Sim, porque "Choné" é o temo indicado para aquilo que estou a sentir que estou a ficar, depois de três meses sem escola!!!
 
Uma pessoa tenta. Teeeennta... pega neles... faz programas giros... na 6.ª feira fomos ao Pavilhão do Conhecimento no Parque das Nações... esforçamo-nos para que os últimos dias de férias se passem bem, de forma gira e vai daí o que é que acontece?? Hã? O que é que acontece???
 
Pois bem, eu já não gosto muito de cinema, como já vos tinha dito. Muito menos aprecio ir ao cinema ver desenhos animados. Mas pronto!! Por eles... lá fui... Entro no centro comercial e de imediato começa a aventura. O senhor meu filho decide usar o tapete rolante que vai no sentido contrário. Lindo!! Eu de vestido comprido preocupada para que o mesmo não ficasse preso em lado nenhum e o puto ainda desafia a malta a voltar para trás! Claro que para ele aquilo foi o máximo. E eu parecia uma barata tonta, quase a salta o corrimão para o outro lado. Foi assim um momento lindo. Para mais tarde não recordar.
Quando, finalmente, saiu do tapete disse com ar vitorioso:
- Viste do que eu sou capaz? (com um sorriso de herói)
 
Depois ainda tentei, toda querida, fazer uma surpresa. Até chegarmos aos cinemas não sabiam ao que íamos. Mas assim que viram os cinemas puseram-se a cacarejar:
 
- Vamos, mãe! Vamos ao cinema! Podemos ir? Vá lá, vá lá, vá lá, vá lá, vá lá... (assim mesmo, repetidamente e com o tom de voz a subir. Ah, e a dobrar!)
 
A seguir, o êxtase!! A mãe passou a ser a maior. Tantos pulos, meu Deus!! Tanta excitação!! Parecia a primeira vez!
 
Quando estou a comprar os bilhetes, percebo que o filme está na pior sala de todas. A mais pequena. Aquela que em qualquer fila estamos de cabeça no ar a pender para trás. Aquela onde se ouve tudo. Aquela que nos garante uma sinfonia extraordinária com os mais extraordinários tocadores de quê? De quê, digam lá? De comedores de pipocas!! Aquilo é uma arte. O morder, o mastigar! O encher a boca. Sim, não comem uma de cada vez!! O ranger da pipoca a esmigalhar-se debaixo dos nossos pés!! Uau!! Tudo o máximo!!
 
Estava tão alegre e feliz com o que me esperava que não consegui resistir e comprei pipocas aos miúdos. E logo um balde médio. Cheio! A transbordar! De pipocas salgadas! Assim a puxar à bebida, que é como convém.
 
Lá nos instalámos! Ali mesmo, na terceira fila a contar da frente para trás. Os miúdos corriam, os pais falavam ao telemóvel e eu tentava que o meu mais novo se sentasse sossegado. O filme lá começou, tal como a acção nas cadeiras. Tungas!! Toma lá que é para aprenderes!! O balde de pipocas todo, mas TODO entornado a meus pés!! Tinha sido o mestre do meu filho, claro! Devo ter ficado verde. De emoção...
 
Sabem que mais? O escurinho do cinema não dá jeito nenhum para limpar aquela nojice toda. Agarrei num sapato e varri assim, tipo pá, o monte das pipocas para um lado! Não via nada. Fiz tudo às apalpadelas. Até que senti uma coisa pesada a escorregar-me do colo abaixo cujo barulho denunciou ter aterrado por baixo da cadeira da frente (relembro que fica um degrau abaixo) onde estava um miúdo que passou o tempo todo a tirar macacos do nariz!!
 
Bonito! Nem sabia bem o que tinha caído. Tive que tirar o rabinho da cadeira, dobrar-me o mais possível, aliás, pus-me de joelhos, e apalpar o chão à procura... à procura... Nada! Não encontrava nada! Solução: ligar a lanterna do telemóvel! Et voilá! A chave do carro! Espectacular!
 
Quando, finalmente, tenho a coisa controlada, volto a sentar-me e com que é que eu me deparo? Com o meu filho a chorar. Todo enrolado, em posição fetal, e a chorar. Não achei que fosse motivo para tanto. Afinal, tinha ficado sem pipocas, mas vá lá... menos!
 
Pois... percebi depois que chorava porque a ovelha Choné estava triste por não saber do dono ou qualquer coisa do género, sei lá, nem vi bem o filme...
 
Comoveu-me, o meu menino.
 
É preciso azar! Não gostar especialmente de ir ao cinema, muito menos desta natureza, acontecer tudo aquilo, mais o barulho de fundo, mais o espectador da última fila que em vez de pipocas estava a comer tacos e a cada dentada toda eu me arrepiava, mais o fim das férias que os deixa num estado misto de "não posso viver sem ti e já não te posso ver à frente"... a sério... há momentos em que me sinto choné! Mesmo choné! Fora do baralho! Sem paciência para estes programas... Sem paciência para manadas...
 
Quanto ao filme... é obra! Manter os miúdos mais ou menos atentos durante 85 minutos  sem uma única fala. É obra! Mas não acrescenta nada ao que se vê nos episódios do Canal Panda. Ou será noutro canal qualquer...?
 
Ficou a promessa de voltar em Dezembro quando estrear "O principezinho". Mas só porque é este filme. De resto... vou fazer por dividir as idas ao cinema entre o pai, tios e avós. Sim, tios e avós! Vocês leram bem! :)

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