Em casa falamos de política à mesa. Na sala. No escritório. Por onde calha. Falamos de política como falamos das questões quotidianas familiares. Não nos importamos de explicar aos miúdos os assuntos do mundo dos adultos, sem qualquer tabu ou problemas de léxico. Tratamos as coisas pelos nomes e eles no seu limite possível de compreensão, tiram as suas ilacções sobre aquilo que ouvem.
É comum ver a mais velha interessada em ver o telejornal. E o mais novo, por arrasto, também. Fazendo perguntas à mana sobre quem é o bom e quem é o mau. Fazendo letras de músicas com os nomes que ouvem com frequência nos noticiários e, muito provavelmente, em resultado daquilo que nos ouvem conversar. E se, por um lado, acho que é cedo para eles dizerem o que acham que está bem e o que está mal, por outro fico feliz por se esforçarem por compreender o mundo que os rodeia e, assim, construírem as suas aprendizagens. À medida de cada um.
Lá em casa, não forçamos ninguém a nada. Não conduzimos opções, gostos ou opiniões. Um é do Sporting. Outro é do Benfica. Um adora laranjas. O outro detesta-as. E é mais ou menos isto que fazemos. Não se obriga ninguém a comer laranjas se a pessoa não gosta delas. Mas há uma coisa importante que não deixaremos que aconteça. Não deixaremos, jamais, que cresçam sem sentido de cidadania. Sem sentido de pátria, de direitos e de deveres. Jamais deixaremos que não intervenham nos seus futuros com as ferramentas que têm à sua disposição. Jamais deixaremos que deixem de ser cidadãos activos nas suas comunidades, com sentido de responsabilidade pelas suas acções, com sentido de respeito pelos outros e, sobretudo, por eles próprios. Agir, activamente, é mais que um direito. É um dever.
Votar é, sem dúvida, a via mais relevante e com mais efeitos directos sobre o futuro do país em que vivemos. Mas como para isso ainda é muito cedo, tentamos que comecem a trilhar esse caminho de cidadãos activos de outra forma. Ela, já participa em acções de voluntariado. Ele, acompanha no que pode. Sobretudo acompanha o pai que é presidente de um cube desportivo e envolve-se, naturalmente, nos assuntos que vê o pai resolver. Aplicando alguns dos palavrões técnicos de gestão que ouve nas reuniões a que assiste.
Votar ou não votar, não é uma questão para nós.
Votar é um direito. Pelo qual lutámos, assim versa a história
Não votar, também é eleger. E é, sobretudo, negarmos um direito nosso de termos uma palavra na gestão do Estado. Essa grande entidade da qual somos nós, os cidadãos, os maiores accionistas. Enquanto isto não for entendido, será mais fácil gozar o dia na praia ou entrar em estágio às 9 da manhã por causa do jogo de futebol que irá acontecer à 9 da noite.
Sem dúvida Claúdia, vote-se rosa, laranja, vermelho ou até em branco! Votar, sempre! E Domingo lá vou eu para as mesas de voto :) Daisy
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