Todos os anos acontece-me o mesmo. E este ano não foi excepção. Enquanto que para os meus filhos terem um rol de canais de televisão é algo que sempre existiu, nas suas vidas, para mim não foi bem assim. Sou do tempo da RTP1 e da RTP2. E só. Nada mais. Por isso, 22 anos de vida da SIC é um arrepio que sinto na espinha. Estou mesmo a envelhecer...
No dia em que a SIC nasceu ao pé da casa dos meus pais nasceu um cavalo num picadeiro. E, claro, foi baptizado de SIC. Todo o santo ano tenho a memória do cavalo. Fui lá visitá-lo quando nasceu. E hoje lembrei-me dele novamente. Acrescentando a pergunta Será que ainda é vivo? Como não sou perita no assunto andei a pesquisar e conclui que sim. Desde que não tenha tido nenhuma doença ou outro problema qualquer. Descobri que os cavalos vivem, mais ou menos, 30 anos. Por isso, talvez passe por lá um destes dias com os meus filhos. Para contar-lhes esta história.
Quanto à SIC. O seu nascimento foi memorável. Sem dúvida que, em Portugal, houve uma vida antes e há outra depois da SIC. Marcou-me o grande modernismo da imagem. Uma grande alteração na forma de comunicar. Uma maior aproximação do público. Uma abordagem completamente inovadora. Longe de toda a imagem engravatada da RTP. Que ainda hoje mantém.
Eu que assisti à estreia da Vila Faia, a primeira telenovela portuguesa, à Chuva na Areia, ao Topo Gigio, o momento alto do meu dia, aos Festivais da Canção e ao fecho de emissão, estava a descobrir um admirável mundo novo. Lembro-me do primeiro dia. Em casa, um momento solene. Quase que fui obrigada a vestir a roupa de Domingo. Portugal parou. Para ver a Alberta Marques Fernandes.
22 anos depois uma vida para contar. E a SIC, contadora de histórias por excelência, veio para ficar. Só não consigo perdoar-lhe esta contagem do tempo. Era eu uma criança. E a cada ano que pergunto-me Para onde foram tantos anos? Para onde foi o tempo?
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