De vez em quando gosto de reler livros que me marcaram. Tenho a ideia de que os interpretamos de forma diferente de acordo com a idade com que os lemos e, consequentemente, a experíência de vida que acumulamos. Lembro-me sempre do Sidarta, de Hermann Hesse (por acaso já não o leio há algum tempo), do Admirável mundo novo, de Aldous Huxley e até d'Uma família inglesa, de Júlio Dinis. Não há relação entre eles, apenas são livros que me marcaram. E sempre que os releio dou-lhes um novo sentido. Ou eles a mim.
O Principezinho, de Saint-Exupéry, também é um clássico. Gosto de relê-lo. E a sua tão poderosa mensagem, incrivelmente, afecta-me sempre da mesma forma. O essencial é invisível aos olhos. Quem não concorda com este menino que vive de forma simples e descomplicada no planeta B qualquer coisa?
Decidi comprar um novo e oferecê-lo à minha filha. Começou a lê-lo ontem. E mal posso esperar para saber o que vai dizer, depois de acabar de lê-lo. Pois também ela está na idade de querer voar, ultrapassar os seus limites e descobrir algo único em cada pessoa com quem se cruza. Como o pequeno príncipe que tinha como missão tratar de uma flor com três picos e varrer os vulcões inactivos e, por isso, era e continua a ser... único!
Para quem nunca leu, deixo-vos a dedicatória do autor ao seu melhor amigo.
Os meninos que me perdoem por dedicar este livro a uma pessoa grande.
Mas tenho uma desculpa de peso: essa pessoa grande é o melhor
amigo que eu tenho no mundo inteiro. E tenho outra desculpa:
essa pessoa grande é capaz de perceber tudo, mesmo os livros para crianças.
E tenho outra desculpa, a terceira:
essa pessoa grande mora em França e em França passa fome e passa frio.
Bem precisa de ser consolada.
Mas se todas estas desculpas não chegarem, então,
gostava de dedicar este livro à criança que essa pessoa grande já foi.
Porque todas as pessoas grandes já foram crianças.
(Há é poucas que se lembram disso)
Por isso a minha dedicatório vai ser assim:
Para Léon Werth quando ele era pequeno
Digam lá que não aguça a curiosidade?
Recomendo. Vivamente. Que o leiam com os vossos filhos.
E já agora, dedico este post a uma amiga apaixonada por este personagem da literatura. Uma boa amiga. Portanto, uma princesinha! :) (ela não vai gostar nada disto)
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