terça-feira, 6 de maio de 2014

A mãe da semana #4

A mãe da semana regressa com uma história vinda de outro continente, mais propriamente da Oceania. Mas caaalma... que a mãe é portuguesa. E bem portuguesa.

Falo da Tatiana Fernandas, de 29 anos de idade. Uma mãe de 1.ª viagem, professora do 1.º ciclo que se viu obrigada  a sair de Portugal com o marido e a sua menina de 16 meses. Ser mãe a tempo inteiro não foi algo desejado. Não foi uma escolha. Nas palavras da Tatiana a vida encarregou-se disso quando em Agosto de 2013 decidiu ir à procura de uma oportunidade de futuro. Fez as malas com o marido e os três partiram para Melbourne.

Não foram às cegas. Claro que não! O risco foi calculado. O marido já tinha um contrato de trabalho e o objectivo era a Tatiana também arranjar emprego. Informou-se antecipadamente. Projectou. Entusiasmou-se. E partiu.

Partiu com uma ideia. E acabou por acontecer outra coisa completamente diferente... para poder trabalhar era preciso que a menina frequentasse uma escola. Mas as creches são caríssimas. São pagas ao dia. Na ordem dos 100 dólares diários. O Estado não ajuda nestas situações. E, contas feitas, não compensava. Daí a decisão de ficar em casa a tempo inteiro. E, apesar de ter sido inesperado, tem sido fantástico!

A distância de Portugal, dos familiares e amigos é colmatada com esta proximidade diária. Com esta disponibilidade a todas as horas do dia. Com as descobertas a cada segundo que lhe enchem o coração. Com a certeza crescente de que é esta a sua missão. Com o saber aceitar o que a vida lhe reservou. Com a certeza de ter feito a opção certa. Com a certeza de estar presente nas suas primeiras vezes.

O dia-a-dia rege-se pela rotina da menina. As manhãs, por norma, são passadas no jardim, no parque infantil ou na praia, de onde  vivem a cerca de 100 metros. Antes do almoço ainda há tempo para uma sesta retemperadora da bebé e para algumas lides domésticas. De tarde os passeios voltam à carga. Aqui acrescenta-se a biblioteca, a cidade e os pic-nic's, de modo a aproveitar os inúmeros espaços verdes que Melbourne oferece e reencontrar amizades recentes, fruto desta condição própria de emigrante.

Na Austrália esta família não tem carro. Por isso faz as compras on-line, tendo acabado esta opção por ser uma descoberta. O facto de não ir ao supermercado traduz-se em poupança. Compra apenas o essencial. Não se deixa iludir por prateleiras convidativas ao consumo. A isto, ainda aliou a ideia de fazer ementas semanais ou quinzenais restringindo, ao máximo, os gastos. E, garante-nos a Tatiana, resulta! Mesmo!

A mãe desta semana adora ler. Adora passear. Adora ver séries. Diz-se mesmo viciada em séries! E, mais recentemente, descobriu que gosta de cozinhar. Coisa que mal fazia em Portugal... Procura, também, aplicar receitas que permitam a aprticipação da sua filhota, como pão ou bolachas. E a prova do seu entusiasmo é a foto que nos enviou! :)

Pedi-lhe que completasse a frase:
Ser MATI é...
Ao que me respondeu:
... amar e ser amada vinte e quatro horas por dia. É chegar ao final do dia cansada, mas ir para a cama com o coração cheio, a transbordar. E sentir-me feliz...

Para já não está nos planos desta família voltar a Portugal tão cedo. Só de férias! Para matar saudades. Da família. Dos amigos, Da gastronomia. Do tempo. Dos cheiros. Dos anteriores circuitos e rotinas. Mas mais que isso não! Não para já... Mesmo que o coração se sinta muito apertadinho...

Obrigado Tatiana. Obrigado pela partilha. Obrigado pelas fotografias. Obrigado por ter-nos confessado que nem sempre a saída de Portugal é um mar de rosas. Que a vida de emigrante obriga a vários sacrifícios. Que se viu obrigada a abdicar da sua carreira por isso mesmo. Que procurar soluções para um futuro melhor é algo que dá trabalho. Que ser mãe a tempo inteiro nem sempre é uma escolha fácil.

Obrigado pelas fotografias dos bolinhos. Acho que tem muito jeito. Que deve continuar. :)












 Créditos das fotos | foram enviadas pela mãe
A primeira foto foi tirada em Portugal
As outras são "australianas"
 
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O resto, depois falamos!

2 comentários:

  1. Mais uma fonte de inspiração! ! Continuação de um bom trabalho. Aí quem me dera...

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    1. Eu também penso assim: quem me dera!
      Obrigado e beijinhos. :)

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