Escrevi aqui sobre este livro. Já passaram uns anos. Na altura muitas pessoas nem sabiam que era o título de um livro (da autoria de Cormac McCarthy), mas antes de um filme. O mesmo tinha sido adaptado pela indústria cinematográfica e tinha conquistado o óscar de melhor filme (2008). Isso... toda a gente sabia...
Mas a força do seu título faz com que dificilmente nos esqueçamos do mesmo, sendo comum ouvi-lo aquando de alguma injustiça.
Nos dias que correm cada vez mais repito-o em silêncio, como se de um eco se tratasse. Vivemos num país assim, que não é para velhos. Mas, para mim, se isto já por si é assustador, fico ainda mais assustada quando me apercebo que a definição de "velho" sofre alterações de dia para dia.
No dicionário encontramos a seguinte: qualidade do que existe há muito tempo ou tem mais idade. Mas, esperem lá, o que existe há muito tempo, não é o que tem mais valor? O que tem mais idade, não é mais conhecedor? E em que idade é que começamos a "ter mais idade"? Estou a ficar baralhada...
Estou na casa dos 30 (a caminhar para os 40...). Penso que ainda sou jovem. Mas quando faço uma breve pesquisa online pelo mercado de trabalho (escasso) sinto-me uma v-e-l-h-a!! Idade máxima para concorrer: 30 anos! Requisito: experiência na área! ("muita", acrescentam no contacto posterior). Isto é indecente!
É indecente viver num país assim! Somos jovens (ou não, depende do ponto de vista) e caminhamos... para velhos, claro está! E os que hoje são velhos, claro está, já foram jovens! Trabalharam uma vida inteira a pensar na sua velhice. A pensar numa forma de viver sem sofrer, de transmitir ensinamentos aos mais novos, de não serem um fardo para ninguém. Resultado? São velhos e ponto final. Não valem nada!
Vivemos num país, assim. Em que, ser velho, é sinónimo de esquecimento. Em que ter experiência de vida, é perigoso! Em que a vontade de viver cedo começa a desvanecer!
Não serão estes os velhos que sustentaram o nosso Estado durante anos a fio? Não serão estes os velhos que ajudam os novos a sobreviver? Não serão estes os velhos que, sem querer, são fundamentais para esta geração permanecer?
Quantos velhos, com as suas parcas reformas, sustentam filhos e netos que se viram sem pão pelo estado da nação? Quantos velhos contam feijões por se verem sem tostões? Quantos velhos, trapos esfarrapados, sem valor na sociedade, nos ensinam que a juventude não tem idade?
Este país não é para velhos! Pois não! Nem para jovens, nem para intermédios... é para homens sérios... que nos desgraçam a vida, o coração, e até a razão! É para homens sérios... sentados em ministérios, verdadeiros mistérios do coração!
É indecente viver num país assim! Somos jovens (ou não, depende do ponto de vista) e caminhamos... para velhos, claro está! E os que hoje são velhos, claro está, já foram jovens! Trabalharam uma vida inteira a pensar na sua velhice. A pensar numa forma de viver sem sofrer, de transmitir ensinamentos aos mais novos, de não serem um fardo para ninguém. Resultado? São velhos e ponto final. Não valem nada!
Vivemos num país, assim. Em que, ser velho, é sinónimo de esquecimento. Em que ter experiência de vida, é perigoso! Em que a vontade de viver cedo começa a desvanecer!
Não serão estes os velhos que sustentaram o nosso Estado durante anos a fio? Não serão estes os velhos que ajudam os novos a sobreviver? Não serão estes os velhos que, sem querer, são fundamentais para esta geração permanecer?
Quantos velhos, com as suas parcas reformas, sustentam filhos e netos que se viram sem pão pelo estado da nação? Quantos velhos contam feijões por se verem sem tostões? Quantos velhos, trapos esfarrapados, sem valor na sociedade, nos ensinam que a juventude não tem idade?
Imagem de Pedro Cruz |
Fantástico!... Como sempre!
ResponderEliminarSimpática!... Como sempre!
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