Ontem o nosso Presidente da República desfaleceu. Mas não convenceu, os manifestantes. Habituados que estamos a vê-lo firme e hirto, imperturbável e sem o menor esgar, de repente lembrámo-nos que Aníbal Cavaco Silva é humano. E desfalece.
Ontem, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, o homem que raramente se engana e nunca tem dúvidas, conseguiu um feito extraordinário. Conseguiu que todos os noticiários nacionais abrissem com a notícia do seu desfalecimento. Conseguiu que os portugueses, por breves momentos, não pensassem no Mundial de Futebol. Conseguiu marcar mais um feriado na vida dos portugueses que, quiseram saber mais, antes de irem para a praia. Conseguiu a atenção que não lhe é dispensada. De forma geral.
Melhor do que falecer, é desfalecer. E ver como reage o país. E antever como seria se tivesse falecido.
Já que só o futebol consegue que os portugueses andem com banderinhas asteadas nos carros, nas varandas e nas janelas, pelo menos serviu para que o Dia de Portugal ficasse na memória de todos.
Infelizmente, é assim mesmo...
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