Ontem fomos a uma festa de Carnaval. O habitual. Desfile de máscaras. Concurso. Baile. O habitual, como disse, das minhas memórias de miúda por estes dias de fantasia. Há muito tempo que não participava numa destas festas. E se ontem o fiz, foi por causa dos miúdos.
Desfilaram, concursaram, dançaram e descobriram 1001 maneiras de se divertirem com as serpentinas e os papelinhos coloridos. Descobriram-no comigo. Que própria já não me lembrava das coisas que sabia fazer com estes indispensáveis "adereços".
Do Carnaval guardo memórias de acordo com lugares, máscaras e diferentes idades. Miúda, 6/7 anos, vestida com o fato típico do folclore madeirense. O que eu gostei de andar assim disfarçada. Saia plissada, botins camel com uma aplicação de tecido, collants de malha branca, colete, capa vermelha e chapéu. Tirei esta imagem da net para quem não conhece.
Gostava mesmo da riqueza e da realidade do fato. Usei-o até não poder mais. No meu tempo de miúda não haviam super-heróis a entrarem pelas nossas casas e a ocuparem o nosso imaginário e a consumirem as carteiras dos nossos pais. Dominavam os trajes típicos. Claro que as espanholas e as sevilhanas estavam sempre no primeiro lugar da tabela. E tudo o mais que a imaginação conseguisse apurar.
Tive várias máscaras. Mas o ponto alto eram as festas de Carnaval. Os bailes e o baile da pinha. Uma semana depois. Havia uma tradição qualquer sobre namoros que começavam no Carnaval... Alguém se lembra?
Ía ver os corsos da Malveira. De Sines. São Bartolomeu de Messines. E onde os meus pais se lembrassem de ir. Mas nenhum, nenhum mesmo, batia o que sentia quando no Alentejo assistia às estudantinas. Mais propriamente na Amareleja. E não me venham dizer que é por ser de lá e tal... Não! Quem não conhece espreite o vídeo que deixo em baixo.
As letras, as sátiras, as músicas, os entremezes. A boa disposição, o sotaque no gerúndio, os olhares. Os cheiros, a cafeteira ao lume e a luz. Tudo luz. Tudo é bom. Divertido. Genuíno. E é por isso que é tão importante para mim não perder de vista esta tradição. Independentemente do papel que o Carnaval tem na minha vida. Da importância que lhe dou. Esta é uma tradição que eu quero que os meus filhos conheçam. E sintam. A memória não pode ser apagada. E depende de nós perpetuá-la.
Vejam que vale a pena. Oiçam a letra com atenção. (Sobretudo os meus amigos que se encontram em lides políticas)
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